Estabelecendo a fronteira do açúcar

A recomendação oficial é consumirmos até 50 gramas/dia, mas é fácil passar desta conta. Estudo revela afinal quanto da substância podemos consumir com segurança.

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Já sabemos o resultado desta conta.

Ao consumir mais energia do que gastamos, seja na forma de açúcar, gordura ou carboidratos, é certo contar com peso extra.

Sem providências, este excesso de peso aumenta o risco de doenças relacionadas com o estilo de vida, tais como diabetes, doenças cardíacas e alguns tipos de câncer.

Reconhecendo este risco, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a adultos e crianças manterem o consumo de “açúcares livres” abaixo de 10% do seu consumo total de calorias.

Manter esta faixa abaixo de 5% é ainda melhor e traz benefícios adicionais à saúde.

Por “açúcares livres” entenda-se todo aquele adicionado aos alimentos, como monosacarídeos e dissacarídeos, muitas vezes de modo “escondido”.

“Açúcares livres” são diferentes dos açúcares encontrados de forma natural em frutas e hortaliças.

Não há nenhuma evidência científica de que o consumo destes açúcares leva a problemas de saúde.

Assim, as orientações não se aplicam às frutas e legumes frescos.

Para um adulto de tamanho médio, 10% do seu consumo total de energia em açúcares livres representa 50 gramas, ou cerca de 12 colheres de chá, por dia.

O problema é que muita gente ulrapassa brincando esse limite, na maior parte das vezes sem perceber.

Na Austrália, por exemplo, são 52% dos habitantes do país.

O dado vem de tão longe por ter sido citado em artigo das nutricionaistas Kacie Dickinson e Louisa Matwiejczyk, no site The Conversation.

Segundo as cientistas, da equipe da Flinders University, a maior parte do açúcar que comemos (cerca de 75%) vem de e bebidas alimentos processados.

A maior parte vem de sucos e refrigerantes adoçados – 600 ml destas bebidas contêm até 15 colheres (chá) de açúcar.

Uma surpresa para muitos é a adição de açúcares em alimentos salgados, incluindo molhos e condimentos.

Molhos de tomate e barbecue, e também molhos prontos de salada, contêm de uma a duas colheres de chá de açúcar a cada colher de sopa (20 ml) do produto.

O açúcar adicionado a alimentos e bebidas pode ter nomes diferentes, o que provoca mais desinformação.

Estes nomes alternativos incluem sacarose, glicose, xarope de milho, maltose, dextrose, concentrado de suco de frutas e melado, por exemplo.

Se você encontrar algum deles entre os três primeiros itens listados no rótulo do alimento, isso significa que seu principal ingrediente é açúcar.

Então, como estabelecer uma fronteira segura para os açúcares adicionados?

Em primeiro lugar, coma menos alimentos contendo açúcares livres.

Sim, isso significa menos chocolate e caramelos, bolos, bolachas, refrigerantes em versão regular, licores e bebidas esportivas.

Em segundo lugar, faça trocas vantajosas – saiba mais aqui.

Troque seu cereal para uma marca com menos açúcar e mantenha longe o açucareiro.

Refrigerantes e sucos adoçados podem ser substituídos por água, simplesmente.

Sucos de frutas devem ser frescos, o que ainda ajuda a aportar fibras à refeição.

Finalmente, as especialistas recomendam maior atenção aos rótulos.

Se a quantidade declarada é de mais de 15 g de açúcar por 100 g de produto, verifique se o açúcar (ou seus nomes alternativos) é um dos principais ingredientes.

Portanto, recomendo comedimento e, o quanto possível, distância.

Naquela conta, em que estocamos a energia que não precisamos, os doces representam calorias vazias.

Ou seja, apenas energia, que pode ser acumulada na forma de gordura; sem nutrientes que compensem o risco.

Resolvida a questão?

Como parte de uma reeducação alimentar, funcionou para mim – veja mais aqui.

Sem calorias vazias, com uma nutrição equilibrada e fazendo alguma atividade física, o normal é que você reduza medidas e mantenha a saúde.

Para mais esclarecimentos sobre seu caso específico, recomendo consultar seu médico.

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