Notas redondas

Notas redondas

Crianças com sobrepeso não são apenas as últimas a sair da sala de aula. Também estão sendo as últimas a sair da escola. Estudo encontra relação direta entre excesso de peso e notas ruins. Mas o problema é de todos nós.

A hora do recreio com este assunto acabou. A pesquisa foi feita com uma parceria entre as universidades de Michigan State, Illinois, Georgia e Texas, dos Estados Unidos, e ainda a Universidade de Waseda, do Japão.

A metodologia, publicada na revista científica Cerebral Cortex, acompanhou 74 crianças, entre sete e nove anos. Metade estava com Índice de Massa Corporal fora do recomendado para suas idades. Basicamente, a descoberta é a de que crianças acima do peso levam mais tempo e encontram maiores dificuldades para responder às provas.

A todas foram aplicados testes cognitivos básicos, daqueles em que é preciso apertar um botão ao identificar figuras geométricas. O tempo levado para responder o primeiro teste foi 8% maior para as crianças com sobrepeso. No segundo teste, este tempo aumentou 15%. Entre este grupo também houve maior número de respostas erradas.

O acompanhamento de exames feitos apontam para um desenvolvimento prejudicado do córtex pré-frontal, que controla o raciocínio lógico, e do córtex do cíngulo anterior, que permite que as pessoas aprendam com seus erros.

Estudos anteriores já apontavam que crianças que não praticam esportes têm maiores dificuldades de concentração e, consequentemente, notas menores. Se são estas as mesmas crianças que estão acima do peso, então o problema é preocupante. Afinal, quanto mais peso permitimos que as crianças ganhem, mais difícil será fazê-las perder quando adultos. Descobertas como estas somam conhecimento para combater a epidemia de obesidade que cresce no Reino Unido. Hoje, cerca de 28% das crianças inglesas estão acima do peso ideal. A estratégia é cuidar das crianças, através do combate ao açúcar escondido em alimentos industrializados.

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