Por que amamos “food porn”?

Categoria: Pense

O termo é associado a pratos pra lá de gordurosos, que vêm com bacon ou chantilly por todos os lados. Estudo revela como pratos chamados de “comida pornô” são favorecidas por nossa percepção. Por mais que lutemos contra as tentações.

Compartilhar fotos do que comemos já não é nenhuma novidade.

Mas o fenômeno não para de crescer.

Já vimos como as fotos foodie (uma mistura de “food” com “selfie”) podem nos fazer exagerar nas porções e engordar – clique aqui.

Agora, um estudo do Cornell University’s Food and Brand Lab examinou a história da arte para revelar que nossa atração com estas imagens não é nada recente.

A pesquisa foi feita em parceria com o Johnson Museum of Art.

Após analisar 140 pinturas, os pesquisadores descobriram um relacionamento de longo prazo entre a Humanidade e alimentos nada saudáveis mas extremamente “fotogênicos”.

E antes mesmo da invenção da fotografia.

Do total, 86% dos quadros mostravam pães.

61% apresentavam cortes de carne.

E apenas 22% apresentaram vegetais.

O foco parece ter sido, e continua sendo, alimentos que apelam ao visual e são decadentes.

Como curiosidade, a maioria dos alimentos retratados nas pinturas foram aqueles que, para ficarem prontos, levaram longo tempo de preparação.

Ou seja, produzir as imagens demandou muito planejamento e quase nenhum improviso.

Alcachofras foram os legumes mais apresentados, limão foi a mais comum das frutas e mariscos a proteína animal mais presente.

Segundo Brian Wansink, o principal autor do estudo, “refeições envolvendo alimentos nada saudáveis não são um desejo moderno”.

“Pinturas do chamado o período da Renascença estão repletas de alimentos os quais hoje soam proibitivos, como sal, salsichas, pão e mais pão”, concluiu.

Com esta análise o estudo nos mostra, há 500 anos, indícios das origens de uma das causas da crise de obesidade que hoje vemos em todo o mundo.

Confira a seguir um vídeo que mostra com humor esta antiga paixão por “food porn”.