O fim do azeite de oliva

O fim do azeite de oliva

Por vários motivos, estamos diante da ameaça de escassez de azeite de oliva. E o que está no mercado pode não ser virgem. Como será o futuro da alimentação sem ele?

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Sim, ele é rico em gorduras. Mas é importante lembrar que existem diferentes tipos de gordura, umas beneficiam a saúde e outras não.

Nesta balança, saiba que todos os óleos vegetais estão do lado das “gorduras boas”, chamadas monoinsaturadas e poliinsaturadas.

Sua ingestão regular, e em quantidades adequadas, reduz o risco de doenças cardiovasculares por meio da manutenção dos níveis de colesterol. E controla as taxas de glicose sanguínea, o que pode ser útil nos casos de diabetes.

Mas toda esta proteção à saúde e sabor inigualável na gastronomia pode estar com os dias contados.

Isso porque um dos cultivos mais antigos do mundo está sofrendo com uma espécie de mosca (Bactrocera oleae), que ataca as azeitonas no pé.

Em 2014, a praga atacou centenas de olivais familiares na Toscana e em outras regiões da Itália, o maior fornecedor global de azeite de oliva.

Em busca de cultivos orgânicos, os fazendeiros não usam agrotóxicos contra as moscas, e os controles biológicos são ineficazes.

Além da praga, chuvas severas combinadas à ação de uma bactéria devastadora na Puglia, de onde vem a maior parte do azeite italiano, reduziram a produção do país em 35%.

Na região de Calenzano, a queda foi de 80%.

Com a escassez, os preços sobem. E estoques antigos, geralmente comprometidos por falhas na estocagem, aparecem para suprir o mercado. E há a ameaça do produto falsificado.

Por isso, é preciso atenção na hora de garantir seu azeite.

Segundo Nancy Harmon Jenkins, autora do livro Virgin Territory: Exploring the World of Olive Oil, devemos nos acostumar a um futuro com menor emprego do azeite de oliva na culinária.

Para a especialista, a expectativa se justifica porque a praga não está indo embora. E as mudanças no clima chegaram para ficar.

Nancy recomenda escolher pela data de fabricação e pelo vidro escuro, que protege o líquido da oxidação causada pela luz do sol.

O azeite deve ser sempre o extra virgem. Levam esta denominação óleos extraídos sem processos químicos nem refino, que contenham não mais que 0,8 gramas de ácido oleico a cada 100 gramas, e não pode ter outro aroma que não o conhecido.

Só assim pode fornecer uma dose de polifenóis, os mais poderosos antioxidantes naturais, como nenhum outro alimento.

Mas, lembre-se: mesmo sendo saudável, o azeite de oliva contém alto teor calórico, portanto, deve ser usado com moderação.

Aparentemente, a recomendação passará a ser seguida de modo compulsório.

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