A lição do pescado

A compreensão do texto está no mar. Além de garantir a saúde do coração, estudo da Universidade de Oxford (Inglaterra) recomenda comer mais peixe para ler melhor.

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As recomendações oficiais indicam o consumo de ao menos duas porções de pescados por semana.

Isso é porque, como as vitaminas, o ômega 3 que precisamos precisa vir da dieta.

Ainda que em teoria o corpo humano possa adquirir EPA (ácido eicosapentaenóico) e DHA (ácido docosahexaenoico) de ômegas 3 de cadeia curta (como os encontrados em óleos vegetais), as pesquisas apontam que esta conversão não é confiável.

Ou seja, para garantir seus benefícios dos óleos graxos, precisamos adquiri-los comendo peixe.

Para lembrar quais benefícios, são conhecidos a proteção do coração e do sistema imunológico.

Para convencer ainda mais, mais um poder do alimento foi confirmado.

Um novo estudo aponta como as gorduras de cadeia longa EPA e DHA do ômega 3 de frutos do mar são essenciais para manter não apenas a estrutura do cérebro.

Mas também seu pleno funcionamento.

A pesquisa foi feita na Universidade de Oxford, pelo Dr. Alex Richardson e o professor Paul Montgomery.

Pela primeira vez, um estudo foi feito com amostras de sangue de crianças em idade escolar.

No procedimento, foram colhidas amostras de 493 crianças, com idades entre sete e nove anos, de 64 escolas da cidade de Oxfordshire.

As análises de suas amostras de sangue mostraram que, em média, pouco menos de 2% do total de ácidos graxos no sangue das crianças eram DHA e 0,5% EPA.

Um total de 2,45% para estas gorduras de longa cadeia de ômega 3 combinadas.

Isso está abaixo do mínimo de 4% recomendado por cientistas para manter a saúde cardiovascular em adultos, com 8% a 12% sendo o nível ideal para um coração saudável.

Os pais também informaram sobre a dieta de seus filhos.

Com isso foi revelado que quase nove em cada dez das crianças investigadas comiam peixe pelo menos duas vezes por semana.

E uma em cada dez nunca comiam peixe.

Segundo o professor Paul Montgomery, “de uma amostra de quase 500 estudantes, acreditamos que os níveis de ômega 3 encontrados no sangue influenciam significativamente sua habilidade e capacidade de aprender”.

Segundo avaliação dos professores destes alunos, dois terços das crianças ainda estavam lendo abaixo do nível considerado ideal para a faixa etária.

Altos níveis de ômega 3 no sangue (DHA em particular) já foram associados a melhor leitura e memória, bem como menos problemas de comportamento relatados por pais e professores.

“A maioria das crianças que estudamos tinha níveis sanguíneos de cadeia longa ômega 3 que em adultos indicam um alto risco de doença cardíaca”.

“Isto foi consistente com os relatórios dos seus pais, de que a maioria não conseguiu cumprir as orientações alimentares de ingestão de frutos do mar”.

“E poucos foram os que tomaram suplementos ou alimentos enriquecidos com ômega”, concluiu o professor Montgomery.

Ou seja, garantir o consumo de peixe entre crianças pode ajudar não apenas em sua saúde, mas em sua formação.

Tudo isso impacta nos adultos e na sociedade que teremos no futuro.

O estudo foi publicado no periódico científico PLOS One.

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