Gordura alimentar em debate

Agora, o entendimento é de que a gordura é benéfica à saúde. A sôfrega adesão ao anteriormente proibido parece precoce. Saiba o que concluiu a revisão mais abrangente sobre a gordura alimentar jamais publicada.

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Quem antes comia com culpa agora parece sentir-se justiçado.

Mas é preciso prudência antes de embarcar em uma “nova” opinião alimentar.

É o que recomenda um estudo da American Heart Association (Estados Unidos).

Ele foi assinado pelo Dr. Frank Sacks, da Harvard T.H. Chan School of Public Health.

O trabalho esclarece como combater as gorduras alimentares, para controlar as doenças cardiovasculares, teve um terrível efeito colateral.

A estratégia, inadvertidamente, promoveu uma epidemia global de obesidade e diabetes tipo 2.

Afinal, qual a explicação?

Quando eliminam um nutriente, as pessoas geralmente o trocam por outra coisa.

O objetivo (inconsciente) é manter o aporte de calorias a que estão acostumadas.

Infelizmente, em muitos casos, as gorduras deram lugar a carboidratos e açúcares refinados.

Em outros, muitos se voltaram ao óleo de coco.

Na crença equivocada de que sua principal gordura saturada, o ácido láurico, possa melhorar a saúde.

As conclusões enganosas de que gorduras saturadas não oferecem risco resultaram, em grande parte, de estudos feitos de boa fé.

Mas não levaram em conta o que as pessoas comiam em seu lugar.

Vários dos estudos envolveram poucos participantes.

Ou não duraram o suficiente para chegar a uma conclusão cientificamente válida.

Para resumir, mantém-se o bom senso.

O reforço desta linha de pensamento vem dos estudos mais recentes.

Neles foi revelado que, quando 5% de calorias de gorduras saturadas foram substituídas por igual valor de gorduras poliinsaturadas, monoinsaturadas (como azeite) ou carboidratos integrais, o risco de doença coronária caiu.

25%, 15% e 9%, respectivamente.

Além disso, quando gorduras poliinsaturadas e monoinsaturadas substituem as saturadas, reduzem as taxas de mortalidade de câncer, demência e doenças pulmonares.

Bem como de doenças cardíacas e AVCs.

Para o Dr. Sacks, o conselho derivado da pesquisa é bastante direto.

“Devemos consumir poucas gorduras saturadas como manteiga, derivados lácteos integrais, gordura de carne e óleos de coco e de palma”.

“E substituí-los por óleos vegetais poliinsaturados – milho, soja, girassol, amendoim, nozes e uvas”.

“Também são saudáveis o óleo de canola e azeite, rico em monoinsaturados e poliinsaturados”.

Ele ainda descreveu a gordura láctea como “não ideal”.

Nem tão boa quanto as gorduras vegetais, mas não tão ruim quanto outras gorduras animais.

“Você não precisa abandonar o queijo, mas os lácteos devem ser limitados a uma porção, de um a três dias, não três porções por dia”.

Quanto ao óleo de coco, declarou: “É a gordura nutricional da moda, mas não provou ser saudável”.

Vamos por aí?

Se você busca o consenso para se decidir, desista.

Cada organismo é único e não há uma fórmula que funcione para todos.

O que existem são indícios apontados por estudos.

Para definir sem dúvidas o que é saudável para você, sugiro que consulte seu médico.

Este texto foi inspirado pela matéria divulgada pelo The New York Timesleia na íntegra aqui.

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