E se não for o glúten?

E se não for o glúten?

Ele leva toda a culpa. Mas os problemas que as pessoas enfrentam com derivados de trigo pode não ter a ver com glúten. Agora, cientistas alemães identificaram um outro suspeito.

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Seja por intolerância ou modismo, o consumo de produtos sem lactose e, em maior medida, sem glúten, está em forte alta.

Glúten é uma proteína presente no trigo e produtos feitos com ele, como pães e cerveja.

O fato é que nosso organismo não consegue quebrá-la.

Por este motivo, as moléculas do glúten podem chegar à corrente sanguínea, causando inflamações.

Há quem sinta enorme mal-estar com este processo, o que é chamado de doença celíaca.

Mas, mesmo sem apresentar a intolerância natural ao ingrediente, muitas pessoas sentem-se melhor ao eliminar o glúten do cardápio.

Para toda essa gente, o desafio é encontrar substitutos à altura do trigo e dos produtos com ele produzidos.

De acordo com a própria indústria, nos últimos 15 anos houve um aumento de mais 400% do mercado sem glúten do Brasil.

Entretanto, mesmo após encontrar alívio nos rótulos “gluten-free”, muitos ainda sofrem com os mesmo sintomas.

Segundo estudo da Universidade Johannes Gutenberg (Alemanha), a culpa pode ser de uma proteína totalmente diferente.

O foco está em uma família de proteínas encontradas no trigo e outros grãos chamada “inibidores amilase-tripsina – ” ou ATI (em inglês).

Os ATI não são mais que 4% das proteínas do trigo, por exemplo.

Sua função é participar dos mecanismos de defesa natural da planta.

Mas também podem causar casos de sensibilidade ao glúten não celíaca.

Nestas condições o paciente apresenta resultado negativo para sensibilidade ao glúten, mas segue com incômodos gastrointestinais, fadiga e outros sintomas semelhantes.

Ante o alarmismo provocado, os cientistas ressaltam que uma dieta sem glúten tende a resolver o problema.

Isso porque glúten e ATIs estão sempre juntas e, quando uma é retirada, a outra também é.

Mas consideram que sua descoberta implica em mudar o aviso dos rótulos para um alerta mais preciso.

E educativo.

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