Desejos na penumbra

Novo estudo revela como lojas com pouca luz nos tornam mais egoístas. E propensos a comprar coisas que desejamos para saciar o hedonismo, em oposição ao que precisamos.

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Com a sacola nas mãos, você já sai da loja se perguntando se precisava mesmo daquilo.

O que sobra é resignação e culpa.

Mas seu impulso para o supérfluo pode ser culpa da iluminação.

É o que revela um novo estudo internacional sobre o comportamento.

A pesquisa é das universidades Tecnológica de Nanyang (Singapura) e Northwestern (Estados Unidos).

Ela revela que a penumbra influencia na compra de itens que dão satisfação, em detrimento dos mais funcionais.

Pense naquelas lojas iluminadas apenas por spots que destacam determinados produtos.

Para chegar a esta conclusão, alguns testes foram feitos.

Em um deles, 180 participantes foram distribuídos em ambientes escurecidos ou bem iluminados.

Em seguida, todos tiveram que fazer algumas escolhas.

As decisões foram optar entre um candidato competente e um divertido para uma vaga de emprego.

Entre baixar um app para o trabalho ou para entretenimento.

E entre assistir a um documentário ou um filme de amor.

Depois, eles avaliaram o quanto desejaram fazer as escolhas que realmente queriam.

“Como resultado, no ambiente escuro os participantes foram mais sinceros consigo mesmos”.

A explicação é de uma das autoras do estudo, professora Irene Huang.

“Com uma preferência maior pela opção hedônica”.

O contrário foi também confirmado.

Ambientes mais claros podem ser melhores para destacar produtos valorizados por sua função.

Mas, por que isso acontece?

Pesquisas anteriores já indicaram que um ambiente mais sombrio favorecia escolhas indulgentes.

Afinal, não haveria ninguém para ver e julgar.

No entanto, as novas descobertas apontaram para uma desconexão emocional, que ocorreria no escuro.

Ou seja, entregues a um julgamento íntimo e sem ninguém vendo, sucumbimos.

Resumindo, à luz do dia ou o equivalente fazemos escolhas racionais.

Quando a noite cai ou as portas se fecham, quem manda são os instintos.

O estudo foi publicado no International Journal of Research in Marketing.

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