Saudável? Não, obrigado

E essa, agora? Tentamos resistir às mais modernas estratégias do marketing, mas falhamos miseravelmente diante de nossos instintos. Pesquisa revela que pessoas comem menos alimentos saudáveis quando sabem que eles são… saudáveis.

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Segundo estudo da Universidade de Minnesota (Estados Unidos), anunciar que um prato é mais saudável tira toda a graça de degustar a comida.

Mas nem tudo está perdido.

A mesma pesquisa apontou que as pessoas favorecem mais as boas escolhas comunicadas por imagens simbólicas.

Símbolos motivam mais que a observação da palavra “saudável” em rótulos.

Aparentemente, um simples relance da palavra em algum lugar desligam nosso julgamento.

Ainda mais quando aparecem para nomear produtos claramente saudáveis.

Na pesquisa, foram feitos dois testes.

No primeiro, foram observados os hábitos de 400 voluntários, colocados a escolher entre dois alimentos: uma maçã ou um doce.

65% das pessoas escolheram a maçã, que trazia adesivo com ícone de alimento saudável.

Apenas 45% fizeram a mesma escolha, quando o adesivo apresentou a palavra “saudável” escrita.

No segundo teste, 300 voluntários tiveram que fazer a mesma escolha, trocando maçãs por cenouras e doces por chips.

20% escolheram cenouras, com adesivos com a palavra “saudável”, enquanto que 30% fez a mesma escolha, diante de adesivos com ícones saudáveis.

E o contrário também foi confirmado.

Em outro estudo, os voluntários em dieta preferiram servir-se de junk food, mesmo tendo sido informados de que lhes faria mal.

“O que estes resultados nos mostram é que, em vez de conduzir pessoas a fazerem escolhas mais saudáveis, o que as mensagens de política alimentar estão realmente fazendo é tornar alimentos não saudáveis ainda mais atraentes”, declarou o Dr. Nguyen Pham, da Universidade Estadual do Arizona.

O perigo está em enfatizar a negatividade no discurso.

O efeito que se registra é exatamente o contrário do esperado – e desejado.

A fórmula estaria em mudar o discurso, para enfatizar os benefícios do alimento natural, ao invés de fazê-lo destacar-se ao ser comparado com os “defeitos” do outro.

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