A rebeldia de comer bem

Seja uma boa menina e coma tudo. Com este argumento, o insucesso em fazer as pessoas se alimentarem melhor está garantido. O segredo é apelar para a rebeldia.

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Nos protestos atuais em todo o mundo, a máscara de Guy Fawkes, um histórico anarquista inglês, representa a rebeldia.

Há quem pense que, com ela no rosto, os jovens poderiam se alimentar melhor.

Este é o argumento de um estudo feito nos Estados Unidos, por cientistas de cinco universidades.

Aparentemente, apelar à rebeldia e senso de justiça social pode tornar as pessoas mais conscientes sobre suas dietas.

Para chegar a esta conclusão, os cientistas avaliaram o comportamento de 536 jovens, com idades entre 13 e 15 anos.

Os voluntários foram divididos em três grupos.

O primeiro grupo recebeu material informativo que promovia a alimentação saudável, baseada nos benefícios a longo prazo.

O segundo teve acesso a informações de como o junk food é feito para provocar o vício entre os jovens e pessoas de menor renda.

Já o terceiro grupo não recebeu informação alguma.

Todos tiveram que escrever um texto sobre as ideias a que tiveram acesso, descrevendo com poderiam agir baseado nos diferentes pontos de vista expostos.

No dia seguinte, em um evento aparentemente não relacionado, os voluntários receberam um pacote com snacks como prêmio pelo seu desempenho acadêmico.

O conteúdo do pacote deveria ser escolhido de uma lista de opções apresentada.

Para os adolescentes do segundo grupo, que receberam material sobre os aspectos negativos da indústria de alimentos, menos da metade (43%) fizeram escolhas nada saudáveis, como batatas fritas ou cookies.

Esta também foi a preferência da maioria (54%) dos que não receberam informação nenhuma.

Quando entrevistados, os membros do segundo grupo foram mais propensos a concordar com as afirmações relativas à autonomia e justiça social.

Na entrevista estavam afirmações como “quando eu como alimentos saudáveis, estou ajudando a fazer do mundo um melhor lugar”.

Dois dias depois, os adolescentes deste grupo estavam mais propensos a se irritarem com anúncios de refrigerantes e demonstraram querer evitá-los.

A descoberta pode oferecer uma nova abordagem para combater a obesidade e outros problemas de saúde nos jovens.

O estudo foi publicado no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences.

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