Fake news na nutrição

Universidade australiana se retrata de estudo em que relacionava cura da gripe com o consumo de certa fruta, em pesquisa financiada por laboratório que usa o mesmo ingrediente.

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Uma universidade australiana foi forçada a admitir um erro.

Na verdade, dois – e bem graves.

A Universidade de Sydney divulgou estudo alegando que as bagas de elderberries tinham propriedades antivirais.

E que, com isso, estas frutas poderiam curar a gripe influenza.

O Google traduz como sendo “sabugueiros”.

Tratam-se de frutinhas roxas, com grande presença de antocianinas, com alto poder antioxidante.

Só que, pressionada, a entidade admitiu que não tinha como provar a alegação.

E que o estudo tinha sido financiado por uma empresa farmacêutica.

Exatamente a multinacional que vende produtos de saúde feitos com elderberries.

O erro foi revelado em uma investigação pelo Sydney Morning Herald.

A alegação de que elderberries poderiam curar a gripe em pessoas doentes foi baseada em testes feitos em células humanas em um laboratório.

Mas não estava óbvio se foram ou não feitos testes em humano ou em cobaias.

Testes em pacientes humanos teriam sido necessários para fazer a divulgação com segurança.

Em abril, o site da universidade publicou que “o sabugueiro tem um potente efeito antiviral direto contra o vírus da gripe”.

Mais abaixo, o artigo dizia: “Para benefícios medicinais, o extrato de sabugueiro está disponível comercialmente na forma de tabletes ou xaropes”.

Na ocasião, o estudo foi publicado no Journal of Functional Foods.

A Pharmacare, que financiou a pesquisa, produz um produto chamado Sambucol.

Sambucol é um xarope de extrato da fruta que afirma fornecer “forte suporte ao sistema imunológico”.

A universidade já iniciou uma investigação sobre o escândalo.

E disse que, no futuro, tornará o financiamento comercial de seus estudos mais transparente.

Ou seja, devemos comer, desconfiando sempre.

Afinal, metade das notícias sobre nutrição compartilhadas nas redes sociais são fake news.

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