Suando para convencer

Suando para convencer

Depois de uma corrida no parque, nada melhor que uma bebida esportiva geladinha. O sabor do merecimento e a pose de comercial de TV fazem da experiência ainda mais gostosa, não é? Só tem um detalhe: elas não trazem nenhum benefício.

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Segundo pesquisa do Instituto do Esporte, da Austrália, bebidas esportivas são inúteis para a maioria das pessoas. O entendimento de que o simples consumo do produto melhora a performance e faz bem para a saúde é, de acordo com os cientistas, uma falácia. Ou, em português bem claro: uma enganação.

O estudo, publicado no British Medical Journal, afirma que não há benefício comprovado. E mais: que a categoria dos chamados isotônicos não é melhor que a água pura, para exercícios que durem 90 minutos ou menos. A diferença, que nos preocupa, está na fórmula, que contém açúcar e calorias – totalmente desnecessárias.

Aparentemente, o exagero creditado aos malefícios da desidratação sobre a performance atlética é obra dos fabricantes destas bebidas, entre eles os gigantes Coca-Cola (Powerade) e PepsiCo (Gatorade). Por isso, a falta de trabalhos independentes para verificar a eficácia das bebidas esportivas acaba afetando sua credibilidade.

Se faltam informações científicas críveis, sobra publicidade. Com isso, o único canal de convencimento sobre a eficácia destes produtos é seu poderoso marketing. O uso de celebridades nas campanhas publicitárias reforça ainda mais a percepção de seus supostos benefícios.

O recado é confiar, desconfiando. Se você faz uma programação mental para tomar seu isotônico depois da malhação, continue assim. Pelo menos sua parte estará sendo cumprida.

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