Risco enlatado

Nos preocupamos com os ingredientes dos alimentos processados. Mas a ameaça à saúde pode estar na embalagem. Primeiro, o alerta foi para o plástico. Entretanto, é preciso estar de olho nos riscos dos enlatados.

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A alimentação ideal é feita com produtos os mais frescos possível.

Por diversos motivos, nos vemos cada vez mais distantes desta realidade.

Com isso, nos tornamos dependentes de tantos alimentos processados.

Já sabemos que a categoria não nos oferta os nutrientes necessários.

Não em quantidade e muito menos em qualidade.

Mas este não é seu único problema.

Recentemente, foram divulgados estudos que apontam contaminação de alimentos embalados com plástico.

Agora, uma matéria do site Huffington Post resolveu lançar luz nas latas de conservas.

O texto foi pautado nas regras da FDA, a autoridade americana que fiscaliza alimentos e medicamentos.

Cabe entender que, como em qualquer processo industrial, falhas são cometidas.

Isso acontece na montagem da porta de um carro.

E na transformação de tomates em molho enlatado, por exemplo.

Como o assunto é de saúde pública, foram avaliados os limites aceitáveis destas probabilidade de erro.

Com isso, foi elaborado o Manual de Níveis de Defeitos da FDA.

O material apresenta os níveis de defeitos em alimentos que não apresentam riscos para a saúde humana.

Nele, ficamos sabendo os níveis seguros da presença de fungos nas latas de alimentos.

Em destaque, o míldio.

Trata-se de um fungo que infecta as folhas das plantas, parecido com um mofo branco.

Em verduras enlatadas, o nível máximo de defeito é uma “média de 10% ou mais de folhas, apresentando míldio com mais de ½ polegada de diâmetro”.

Isso não significa que todos os enlatados contêm até 10% de mofo em suas folhas.

Mas significa que podem conter.

O que, por si só, constitui uma descoberta pouco apetitosa.

Cá como lá, nos expomos aos mesmos riscos.

Recentemente, a Anvisa proibiu a venda de molhos de tomate em lata.

Algumas marcas apresentaram níveis de defeitos acima do permitido.

Qual defeito?

Pelo de ratos.

Pela legislação brasileira, 100 gramas de molho de tomate podem ter até dez fragmentos de insetos (como formigas e moscas).

E/ou um fragmento de pelo de roedor.

Pelos de rato também são toleráveis em frutas desidratadas (1 em cada 225 g de uva passa).

Em chás (2 em cada 25 g) e achocolatados (1 em cada 100 gramas).

E até nas minhas adoradas especiarias: um em cada 50 gramas de pimenta do reino, por exemplo.

No Brasil, quem determina este limite é o RDC-14, conjunto de leis criado em 2014.

A legislação dispõe sobre matérias estranhas macroscópicas e microscópicas em alimentos e bebidas,.

Bem como seus limites de tolerância

Ou seja, determina quanta “sujeira” é aceita sem que cause problemas de saúde para o consumidor.

Mais uma vez, a preocupação não significa que os alimentos processados à venda têm esta indesejada presença entre os ingredientes.

Mas podem ter.

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