Força estranha

Comemos apenas o que queremos? Uma força invisível tem o poder de mudar nossas escolhas. Estudo revela como a cor da embalagem faz mudar o gosto do alimento.

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Muitas coisas influenciam no que comemos.

A maioria delas nós podemos entender e controlar.

Como o horário em que a fome bate e o cardápio que resulta em melhor nutrição.

Mas há outras influências, silenciosas e igualmente poderosas.

Como a simples cor das embalagens.

É o que revela um novo estudo da Universidade Estadual de Campinas.

Nele, foi feito um teste com 420 voluntários.

O grupo foi formado por pessoas com idades entre 18 e 60 anos, metade das quais residia no Brasil, enquanto o restante estava na França.

Cada participante viu uma fotografia de dois chocolates ao leite e duas barras de chocolate amargo, cada um deles em embalagens de uma cor específica – preta, azul, marrom, verde, vermelha, rosa ou amarela.

Eles foram então solicitados a classificar vários atributos esperados do chocolate (incluindo o quão amargo ou doce ele deveria ser) em uma escala de nove pontos.

Em média, os entrevistados disseram esperar que tanto os chocolates escuros quanto os ao leite sejam os mais amargos e menos doces se vierem embalados em embalagens pretas.

Das sete cores testadas, o amarelo e o rosa levaram as pessoas a esperar que os chocolates tivessem o sabor mais doce e menos amargo.

Estranhamente, as pessoas gostavam mais do chocolate ao leite se ele viesse em uma embalagem preta.

Mas com o chocolate amargo, a embalagem da mesma cor tinha o efeito exatamente oposto.

“A pesquisa mostrou que não apenas a cor do produto em si, mas também as cores da embalagem e do ambiente podem influenciar as expectativas e a percepção de um alimento”.

E fazer com que se coma mais ou menos dele.

A explicação é de um dos autores, o cientista alimentar Iuri Baptista.

“Esse processo cria expectativas que comprovadamente afetam a resposta comportamental, a percepção sensorial e a ativação neural”.

Nenhuma diferença real foi encontrada entre os indivíduos do Brasil e da França, uma descoberta que surpreendeu a equipe.

Afinal, esperava-se que os diferentes hábitos de consumo de chocolate, com o francês médio comendo mais do que o dobro que o brasileiro, tivesse influência.

O estudo foi publicado no International Journal of Gastronomy and Food Science.

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