De olho no café

Se nem todo azeite é realmente azeite, outra fraude alimentar vai deixar você ainda mais revoltada. Um em cada 10 produtos rotulados como “100% arábica” contém grãos de café inferiores e mais baratos – e de pior qualidade.

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O Brasil é o 2º maior consumidor de café no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

A previsão é de que os ultrapassemos em 2021.

Em média, são 81 litros que cada um de nós bebe por ano.

Mesmo assim, fomos incapazes de perceber o que a ciência acaba de revelar.

Segundo novo estudo, marcas estão misturando grãos inferiores em produtos rotulados como “100% arábica”.

A revelação é do Instituto Quadram (Reino Unido).

A espécie arábica (Coffee arabica), nativa das regiões montanhosas da Etiópia, é a qualidade mais apreciada.

Quando se diz que um café é “100% arábica”, estamos falando de um produto gourmet.

No estudo foram reunidas 60 amostras desta qualidade específica, de 22 países diferentes.

Como resultado, 10% delas revelaram níveis significativos de grãos “robusta”.

Estes grãos são inferiores e custam metade do preço.

A fraude é bem difícil de ser detectada, especialmente após a moagem e a torrefação.

O modo usual busca reconhecer o elemento químico 16-OMC, só encontrado no café robusta.

Entretanto, este método é caro e leva três dias, o que torna impraticável seu emprego em larga escala.

O estudo empregou ressonância magnética nuclear, que usa ondas de rádio e campos magnéticos para obter informações da composição molecular de uma substância.

Este novo método leva 30 minutos, e revelou-se extremamente preciso.

A ponto de identificar a presença de até 1% de adulteração.

Com este rigor, amostras suspeitas foram obtidas nos Estados Unidos, México, Itália, França e Estônia.

Uma amostra continha um terço de grão robusta, apesar de rotulada como “100% arábica”.

O porta-voz do instituto disse não ser possível nomear as marcas envolvidas.

As conclusões completas da pesquisa foram publicadas na revista Food Chemistry.

Ou seja, é preciso ficar atento às marcas consumidas.

Principalmente se o objetivo for obter o máximo do sabor e dos benefícios da bebida.

E evitar decepções como as provocadas pela fraude do azeite – saiba mais aqui.

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