Compra mais magra

Compra mais magra

Sim, elas querem vender sempre mais. Mas, contrariando o senso comum, também preferem vender melhor. Para ajudar na luta contra a balança, fabricantes americanos cortaram já 6,4 trilhões de calorias dos alimentos à venda. Será que é pedir demais exigir isso no Brasil?

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Em um estudo publicado no American Journal of Preventive Medicine, pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte descobriu que as empresas fabricantes de alimentos cortaram 6,4 trilhões de calorias de seus produtos desde 2012.

O pensamento parece contraditório, mas diz respeito à sobrevivência. Se não houverem consumidores vivos e saudáveis, as vendas vão cair.

O acordo foi fechado em 2007 entre os 16 maiores fabricantes de comida e bebidas – incluindo Kellogg, Hershey, Kraft Foods, Nestlé, PepsiCo e General Mills – e a Healthy Weight Commitment Foundation, uma organização dos vendedores varejistas preocupados com a crise de obesidade que assola os Estados Unidos. Hoje, mais de um terço das crianças estão acima do peso ideal.

Os maiores cortes foram feitos em doces, cereais, granola e refrigerantes.

A meta inicial era remover 1,5 trilhão de calorias até 2015, mas a marca já foi excedida em 400%. Isso significa que foram cortadas 78 calorias diárias da dieta de cada americano, em média. Parece pouco mas, ao fim de um ano, o corte representa menos 28.500 calorias por pessoa. A maior mudança foi registrada no consumo de doces, incluindo chicletes, sorvetes e bolachas. Hoje, são consumidas menos 21 calorias/dia vindas desta categoria.

Entretanto, embora a colaboração seja significativa, por si só não resolve o problema. Além de comerem menos salgadinhos e doces, é necessário que a população aumente o consumo de vegetais e cereais integrais. E que também aumente a atividade física.

Um dos entraves é o fato de que alimentos mais saudáveis custam mais caro. Mas, sem a interferência do governo, em todas as suas esferas, e das oganizações dos fabricantes e varejistas, isso pouco pode mudar. Entre as atitudes possíveis de serem tomadas está o subsídio a alimentos saudáveis, redução dos impostos e a veiculação de campanhas de conscientização.

As famílias têm a sua parte, e dela não podem fugir. Preparar as refeições em casa, comer juntos, dar o exemplo – tudo isso custa pouco e traz grandes resultados. Por aqui, esperar que o governo ou que os fabricantes tomem a iniciativa é relegar a responsabilidade e adiar a solução. A mudança começa em casa. E você, teria disposição para participar deste esforço?

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