Brincando de Deus

Sem um coração no peito, somos apenas imagens em movimento. Com esculturas de gente, trabalho de artista australiano faz pensar em como valorizamos a forma, mas podemos estar esquecendo da essência. 

De aparências, Sam Jinks entende. Com uma carreira em televisão e cinema, trabalhando com efeitos especiais, sua especialidade sempre foi a ilusão. Como consequência de um talento impressionante, sua obra saiu da telinha para ganhar o público em salões e galerias pelo mundo. Como a Art Stage Singapore – recentemente, a feira internacional de arte dedicou um pavilhão especialmente para expor suas peças.

Embora o resultado final se aproxime do divino, Jinks não usa barro. Suas esculturas hiper-realistas começam a partir de miniaturas, o que envolve até quatro tentativas por peça. Na escala escolhida é montada uma estrutura em ferro, como um esqueleto, que então passa a ser preenchido com silicone, fibra de vidro, resina e carbonato de cálcio. A próxima etapa é dedicada à aplicação do cabelo humano, fio a fio. A pintura da pele é a última parte.

Ao final, nos vemos diante de num retrato da nossa real condição de vulnerabilidade. A mensagem é dúbia, fazendo-nos refletir tanto sobre a perda como sobre o ciclo natural das coisas. De tudo isso entendemos que, de certa maneira, quem vive de aparência é museu. Se seu ramo não é a escultura, deixe cair a máscara. E passe a encarar as mudanças da vida (e do corpo) de forma natural.

Com cabelo humano, Sam Jinks finaliza escultura

Resina, fibra de vidro, silicone e osso sintético são alguns dos ingredientes que ganham forma

“The Hanging Man”: o resultado é impressionante e expõe a nossa vulnerabilidade

Obra de arte contempla e expõe o nosso ciclo da vida

Para Jinks, o novo e o velho não passam de borracha e tinta

Quem vive de aparência é museu – se não é seu caso, deixe cair a máscara

Acompanhe no vídeo a seguir o meticuloso processo de criação do artista.

Tags: arte, esculturas, inspiração, pense, vulnerabilidade,