A moda da paz

A moda da paz

Dos dois lados do closet, vemos a moda como algo que existe para nos fazer bem. Mas você não imagina o quanto este instrumento que serve para proteger a pele e determinar nosso estilo também pode funcionar como uma poderosa ferramenta de comunicação.

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Quando imaginamos a moda islâmica, não conseguimos pensar além do confinamento da burca e dos mandatórios véus. Mas o Festival de Moda Islâmica de Kuala Lumpur, na Malásia, que acontece desde 2006, existe para desfazer esta crença.

O objetivo da iniciativa é valer-se da moda para “remodelar” a forma como a cultura muçulmana é vista pelo restante do mundo.

Adornos de cabeça, pepluns, blusas de chifon, pedrarias nos ombros e braços e aplicações de renda, em tons que aludem a pedras preciosas, são alguns dos detalhes que tentam fazer da roupa islâmica mais diversa e colorida.

A última edição do evento, em novembro de 2014, exibiu o trabalho de 26 estilistas da Malásia, Cingapura, Indonésia e Paquistão.

Semanas de moda com o mesmo propósito também acontecem em Dubai (criada em 2005) e Jacarta (criada em 2008).

Estes eventos somam-se a outros que utilizam a moda como discurso cultural.

A InexModa, da Colômbia, é parte de um esforço para mudar a percepção que se tem do país, tradicionalmente ligado à violência provocada pelo narcotráfico. Também a semana de moda da Zâmbia foi concebida para substituir o tema da pobreza pelo da criatividade e do orgulho nacional.

Quem sabe agulhas e linhas possam ser mais eficazes para eliminar preconceitos e eliminar barreiras culturais que a tradicional diplomacia palaciana que não consegue alcançar a opinião pública.

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