Cura concreta

Imagine um buraco na parede que se feche sozinho. É o concreto vivo, uma invenção que aponta que o futuro da arquitetura passa pela ciência.

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Imagine buracos na calçada e rachaduras na parede consertarem-se sozinhos.

O que poderia parecer ficção científica, na verdade ganha vida através de um projeto criado por cientistas holandeses.

A Universidade de Tecnologia de Delft está desenvolvendo o bio-concreto.

O que este incrível invento faz é cobrir áreas através de bactérias produtoras de calcário, seja a Bacillus pseudofirmus ou a Sporosarcina pasteurii, que são inseridas na fórmula do cimento.

Quando a estrutura construída com este material ganha uma rachadura, a umidade do ar aciona o mecanismo, que converte o lactato de cálcio adicionado em calcário, que acaba por preencher as lacunas.

Para melhor entendimento, a comparação é com o poder curativo de nossos ossos. Só que, neste caso, prédios danificados não teriam que usar gesso enquanto o processo de cura acontece.

Esta inovação pode garantir longevidade maior às obras, um problema comum em estruturas que utilizam o concreto.

Isso porque o material tende a apresentar fissuras tanto durante a fase construtiva quanto posteriormente.

Embora não comprometam a estrutura, estas pequenas rachaduras podem revelar-se um problema quanto a vazamentos. Estes sim, podem corroer as armações de metal que sustentam toda a obra.

Segundo os criadores do bio-concreto, sua capacidade autorregenerativa pode permanecer dormente por até 200 anos e, ainda assim, funcionar quando for necessário.

O invento ainda encontra-se em fase de testes.

Mas a ideia é promissora. Tanto que acaba de ser indicada para a premiação European Inventors Awards, que anunciará o vencedor no dia 11 de junho.

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Bactérias na fórmula podem produzir calcário para preencher fissuras na estrutura

Confira a apresentação do bio-concreto no vídeo a seguir (em inglês).

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