Cardápio do bem

Cardápio do bem

Sim, você é vítima de uma conspiração. Diversos truques nos cardápios são feitos para nos induzir a fazer as piores escolhas. E se todo este poder fosse usado para o bem?

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Na luta contra o aumento do peso da população, os restaurantes bem que poderiam fazer sua parte. Parece um paradoxo, já que é nestes lugares que as pessoas ganham grande parte do peso extra – o restantante pode ser creditado ao sedentarismo.

Diretor do Laboratório de Marcas e Alimentos da Universidade de Cornell (Estados Unidos), o professor Brian Wansink sugere mudanças nos cardápios que poderiam induzir a melhores escolhas, do ponto de vista nutricional.

Em seu último estudo, publicado no International Journal of Hospitality Management, Brian propõe que os cardápios enfatizem as escolhas saudáveis, através de estratégias que hoje promovem itens mais calóricos.

Logo quando chegam, os clientes já têm uma ideia do que vão pedir. O professor sugere algumas estratégias, como usar letras maiores e coloridas e ilustrações para enfatizar os pratos mais saudáveis.

Outra dica é colocar estas escolhas próximas aos pratos mais caros, conhecidos como “âncoras”, que estão sempre em destaque.

Como os menus são lidos como revistas, pesquisas já indicaram os cantos superiores e inferiores como lugares mais procurados pelo olhar. Posicionar escolhas saudáveis nestes locais pode aumentar suas vendas.

As palavras também podem ser melhor utilizadas.

Descrever com mais imaginação itens menos calóricos podem favorecê-los. Melhor citar uma salada falando de seus ingredientes, enfatizando seu frescor e procedência, do que simplesmente escrever “salada verde”.

Segundo o professor, os restaurantes poderiam tomar esta atitude não só pensando no bem-estar da população, mas de seus próprios bolsos.

Isso porque, segundo seu argumento, alimentos saudáveis têm preparo menos dispendioso, garantindo assim uma margem de lucro maior.

Quem come fora paga bem caro por isso – e não estou falando apenas dos preços. Os restaurantes costumam privilegiar os itens mais calóricos por serem os que mais levam ingredientes – sendo, por isso, os de maior valor.

Saiba identificar os “perigos” e a descobrir as opções mais saudáveis. Vale perguntar por itens que não estão no menu, como a salada da casa, ou a sopa do dia. E bom apetite!

No vídeo a seguir, o professor Brain Wansink conta algumas de suas ideias.

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