Cultura na bagagem

Fora os corpos bronzeados e as vitrines das lojas, algo na paisagem de Miami mudou. Para melhor. Inaugurado em dezembro, museu grandioso e com rico acervo pretende colocar a cidade no mapa das artes.

Na Baía de Biscayne, o Pérez Art Museum (PAMM) parece erguer-se das águas, para recepcionar os visitantes que buscam por mais atrações no tradicional destino turístico. Bem ao estilo de Miami, o projeto, a coleção e a mostra escalada para a inauguração impressionam pela grandiosidade.

O custo total do prédio excedeu os 200 milhões de dólares. O projeto futurista (e à prova de furacões) foi assinado pelo escritório de arquitetura Herzog & de Meuron, da Suíça. Pensado para ser o novo cartão postal da cidade, o museu oferece espaços sombreados para passeio e lazer, além de restaurante com vista para o mar, comandado pelo estrelado chef Stephen Starr.

Além da coleção de arte doada pelo empresário Jorge Pérez, avaliada em 40 milhões de dólares, a mostra de abertura escalou o polêmico artista chinês Ai Wei Wei. Conhecido pela sua crítica ao governo totalitário de seu país, Wei Wei exibe no PAMM sua mais recente coletânea “According do what?”, que inclui esculturas, fotografias e vídeos, apresentados no local até 16 de março.

Instalação de Ai Wei Wei para inauguração do PAMMDetalhe de instalação “he xie”, uma crítica à uniformidade da cultura oficial chinesaJogando ao chão um vaso da dinastia Han (com mais de 2 mil anos de idade)Escultura com pedaços de templo antigo demolido (dinastia Ging, 1644 a 1911)Detalhe da escultura “stacked”Vaso do período neolítico (5000 a 3000 AC), pintado com o logotipo da Coca-Cola