A matemática do exercício

A matemática do exercício

Para fugir dos males do sedentarismo, devemos dar no mínimo 10 mil passos por dia. Afinal, de onde vem essa conta? Especialistas questionam a meta, que em nada se encaixa no perfil alimentar e social ocidental dos dias atuais.

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Onde quer que se vá, a conta é sempre a mesma.

Afinal, todos sabemos que o mínimo de exercício que devemos fazer para fugir dos males do sedentarismo é dar 10 mil passos por dia.

Mas, quem disse?

A dúvida ganha fôlego diante dos hábitos alimentares e de exercícios praticados (ou a falta deles) que observamos nos dias atuais.

Afinal, a famosa meta foi criada para a população japonesa dos anos 1960.

Segundo a professora Catrine Tudor-Locke, especialista em mobilidade humana do Pennington Biomedical Center, tudo começou na Olimpíada de Tóquio, em 1964.

Na época, através de uma ação de marketing, uma empresa lançou um podômetro com o nome comercial de “man-po-kei”.

Podômetro é um gadget portátil que mede a distância percorrida, e hoje muitos aplicativos para smartphone fazem esta conta.

Em japonês, “man” significa “10 mil”, “po” quer dizer “passos” e “kei” traduz-se por “metros”.

Sem base científica, foi o sucesso da campanha que consolidou os 10 mil passos por dia como uma meta saudável.

Neste contexto, é preciso fazer uma ressalva.

Com menos tempo gasto em engarrafamentos, menos gorduras animais ou trans no prato e o consumo elevado de pescados, a vida naquele país era muito diferente da que levamos hoje.

De acordo com dados estatísticos, nesta época um habitante do Japão consumia em média 2.632 calorias/dia.

Nos Estados Unidos, este número chegou a 3.639 em 2011.

A diferença, de quase mil calorias, corresponderia a necessidade de dar 20 mil passos.

É claro que, por inúmeros motivos, como Índice de Massa Corporal e faixa etária, estes números variam.

Afinal, o que é bom para uma pessoa pode não fazer o mesmo efeito para outra.

Mas a meta, embora originada na publicidade, é considerada boa – principalmente para quem precisa de incentivo para movimentar-se.

Não se intimide se o número parecer grandioso demais.

Comece com 2.500 passos/dia, preferindo as escadas ao elevador, por exemplo.

Até condicionar o corpo, experimente em dias alternados.

Meses depois você pode dobrar a meta, estacionando mais longe, ou descendo do ônibus um ponto antes.

Assim, em pouco tempo, 10 mil passos/dia lhe parecerão normais.

Não esqueça que, para dar certo, é preciso combinar estes exercícios com uma alimentação saudável.

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