Revendo mitos na alimentação

Nova reviravolta nas recomendações nutricionais. Segundo estudo americano, cortar a gordura da alimentação é um erro, assim como contar as calorias da dieta. Afinal, o que isso significa?

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No campo da nutrição humana, é difícil assegurar que um conhecimento científico esteja consolidado.

Já vimos a condenação e o resgate do consumo de ovos e outros alimentos.

Muitas destas recomendações vêm fundamentadas em estudos científicos.

Outras ganham notoriedade pelo interesse e patrocínio da indústria alimentícia.

Esta é a denúncia de duas entidades britânicas voltadas à promoção da alimentação saudável, em relação ao consumo de gordura.

Segundo relatório divulgado pelo Public Health Collaboration e o National Obesity Forum, pedir às pessoas que adotem dietas de baixas gorduras e que reduzam o colesterol pode levar a “desastrosas consequências”.

Por este motivo, as organizações dizem ser necessário rever as recomendações oficiais sobre a dieta ideal.

O relatório advoga pelo “retorno” aos alimentos integrais, como carne, peixes e laticínios, bem como aqueles reconhecidamente gordurosos, como o abacate.

É claro que a divulgação já causa enorme polêmica, com afirmações como “comer gordura não nos torna gordos”, como citado em reportagem do jornal britânico The Guardian.

E mais.

O relatório ainda diz que a gordura saturada não pode ser acusada por problemas cardiovasculares, enquanto leite, queijo e iogurte integrais podem, na verdade, proteger o coração.

Uma argumentação a favor deste novo enfoque é interessante.

Ao “demonizar” a gordura e favorecer os carboidratos, os números da obesidade subiram, e não mostram chance de baixar, apesar dos melhores esforços de governo e cientistas.

Mas o que é “certo”, segundo este relatório?

Os pesquisadores da Califórnia recomendam que o açúcar deve ser evitado, que deveríamos parar de contar calorias e que praticar exercícios não é melhor para perder peso que uma dieta.

Em vez disso, uma dieta com poucos carboidratos refinados e rica em gorduras saudáveis é uma abordagem eficaz e segura para prevenir o ganho de peso e auxiliar na perda de peso, incluindo a redução do risco de doenças cardíacas.

Instadas a se pronunciarem, as autoridades britânicas revelaram preocupação.

Segundo o Dr. Mike Knapton, diretor da British Heart Foundation (BHF), “este relatório está cheio de ideias e opiniões, mas nada disso oferece uma revisão robusta e compreensiva das provas que são requeridas para serem levadas a sério”.

“O país não se torna obeso por causa das recomendações alimentares, mas por que não conseguimos cumpri-las”, concluiu.

O assunto não está encerrado, e outros estudos devem recomendar ou condenar o consumo disso ou daquilo.

Manter-se informada é importante mas, para melhor esclarecer suas dúvidas, consulte seu nutricionista.

Este texto utilizou informações de matéria publicada no site do jornal britânico The Guardianleia na íntegra aqui (em inglês).

Imagem: Shutterstock.

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