Revelando o mistério do limão negro

Sempre que viajo, os mercados locais constam como estrelas em meu roteiro. Descobrir pessoalmente a magia dos sabores e aromas ancestrais me fascina. Desta vez, a surpresa foi encontrar a realeza dos temperos, o limão negro.

Quando me vejo nestas latitudes, acho graça em pensar que sou como uma “Indiana Jones”, sempre em busca de raridades. No destino das especiarias, empreendi uma jornada por paladares milenares, no moderno souk de Abu Dhabi.

Diante de lascas perfumadas, grânulos coloridos, folhas e frutas desidratadas, encontro encontro valiosos aliados. Afinal, além de garantir sabores únicos, existe toda uma ciência por trás dos temperos. Eles aceleram o metabolismo e nos ajudam a perdermos peso. O contato com uma miríade de sabores e aromas exóticos é sempre impactante. Com os sentidos em alerta, me vejo diante de um riquíssimo material de pesquisa, que aplico nas minhas receitas e, que delícia, em meus próprios pratos!

Na banca Wadi A’z Zafran, encontrei especiarias únicas. Aqui, uma escolha básica é sempre o mix de temperos, chamado ras el hanout. O destaque da receita exclusiva deste revendedor é a rosa damascena, muito utilizada na culinária persa.

Mas a realeza ainda estava por vir: o limão negro. Utilizado na cozinha dos países árabes desde tempos imemoriais é, na verdade, uma lima. Para ganhar a coloração que lhes garantem o nome misterioso, as limas são cozidas em água com sal e postas para secar sob o conhecido sol da região. Com este processo, não estragam nunca, tornando-se um tempero valioso nas condições extremas do deserto. Conhecido por aqui como loomi, também pode ser encontrado moído.

E como descrever? Seu sabor é cítrico, amargo e algo defumado. E o uso é vasto. Para um grande cozido, põe-se dois ou três inteiros; ou usa-se em pó, para temperar carnes e peixes. A ideia é dar mais sabor aos pratos. Comida light não precisa ser sem graça!

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