O selo das vacas limpas

O selo das vacas limpas

A ciência tem se preocupado em como alimentar o gado de maneira mais eficiente. Afinal, esta é uma forma de cuidar do que (e como) nós comemos. Além de tentar aliviar um enorme desastre ecológico que começa bem no seu prato.

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O laboratório do órgão federal canadense responsável pela agricultura, o Agriculture and Agri-Food Canada (AAFC), em Alberta, Canadá, estuda a alimentação do gado. Seu trabalho soma-se a um esforço internacional, coordenado pela gigante dos alimentos, a empresa holandesa DSM, que visa salvar o planeta de um desastre ambiental.

Isso porque a digestão do rebanho mundial dos ruminantes, vacas, ovelhas e cabras incluídas, produz tanto gás que afeta até no aquecimento global. A lógica é, quanto mais carne comemos, e mais leite e derivados consumimos, mais precisamos de vacas. E com mais vacas, mais gás metano é liberado na atmosfera. Às toneladas.

Interferir neste processo digestivo significa manipular organismos microscópicos, capazes de digerir a celulose, um componente da parede da célula das plantas, de maneira mais eficiente. Afinal, é neste processo que são gerados dióxido de carbono e metano. Todos os animais emitem estes gases, mas vacas o fazem com maior frequência – o equivalente a um carro cada uma.

Campanhas como a Segunda sem Carne não conseguem mudar os hábitos alimentares das pessoas, que comem cada vez mais carne e laticínios. Dados de 1980 a 2005 revelam que, junto com o crescimento da população, o consumo de laticínios dobrou, e que o de carne triplicou. A saída é melhorar o que a carne que comemos come.

Como resultados de suas experiências, os cientistas desenvolveram um suplemento em pó, que tem sido adicionado à alimentação do gado. Seu ojetivo é interferir no mecanismo biológico dos animais. A redução de gases chegou a 60%. O desafio agora é encontrar a dosagem ideal, e assegurar que nada disso influa no sabor tanto da carne quanto do leite e queijo.

Quando este “pó anti-gases” for adotado pelos criadores, poderemos ter à escolha carne ou laticínios que ostentem um selo de “gado limpo”. Os cientistas apostam que, assim como os orgânicos têm registrado maiores vendas graças à opção consciente feita pelos consumidores, o mesmo pode acontecer com estes produtos, quando começarem a chegar ao mercado.

O selo das vacas limpas

A emissão de metano do gado é responsável por 4% do total de gases de efeito estufa

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