O prato da Rainha

O prato da Rainha

Mesmo com o progresso tecnológico e o controle de pragas nas lavouras, por que é mais difícil alimentar-se com saúde nos dias de hoje que há 20 anos atrás? Programas que recomendam alimentação em diferentes países precisam ser adaptados à nova realidade nutricional.

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O “Eatwell plate” é o guia da nutrição do governo da Inglaterra. Ele determina quais os alimentos e o quanto a população deve consumir para ter uma dieta saudável.

O conceito é simples e ajuda a delimitar fronteiras que a publicidade e a indútria de alimentos tentam nublar. O que está no prato oficial é bom. Fora dele, não é.

A ideia foi elaborada em 1994, fruto de um trabalho de cientistas e consenso entre diversos órgãos federais. E foi tão boa que permanece a mesma, até hoje.

É exatamente aí que está o problema.

Países como Estados Unidos, Austrália e o nosso Brasil revisam regularmente suas orientações sobre os cinco grupos alimentares: frutas e vegetais, laticínios, cereais, carne e alimentos processados.

Sobre o assunto, já falamos sobre o Guia Alimentar da População Brasileira – veja aqui.

Mas, neste caso, o governo britânico foi ultrapassado pelos fatos.

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O prato oficial do governo inglês: o mesmo há 20 anos

Isso porque, há 20 anos atrás, o panorama alimentar era bem outro. Na época, não havia a preocupação em reduzir o consumo de açúcar, carne e a gordura saturada.

A aposta em algumas mudanças são altas. Sucos de frutas comprados prontos, cujo consumo foi multiplicado por 15 ao logo do período, devem deixar de ser incluído no grupo das frutas e vegetais.

O grupo dos cereais deve ser revisto, para distinguir sucrilhos açúcarados de um mingau de aveia, por exemplo. Daqui deverão ser expulsas as barrinhas, que contém tantos outros ingredientes.

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Sempre atualizado, o modelo americano é bem mais simples e versátil

O novo prato oficial deve ser divulgado até o final de 2015, com novas determinações acerca do consumo de carboidratos – incluindo os açúcares, como glicose, sacarose, lactose e frutose.

O tamanho das porções também vai mudar. Menos carne e mais alimentação viva são mudanças dadas como certas.

E, onde era admitida até uma lata de refrigerantes (um copo de leite no modelo americano), entra um copo de água.

As mudanças vêm tarde, mas são bem-vindas.

A partir do novo prato oficial, as demais políticas relacionadas, como a nutrição nas escolas e hospitais, serão revistas. Os resultados devem demorar a aparecer, mas certamente virão.

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