O lado negro das amêndoas

Amigas do coração, mas não do planeta. São as amêndoas, cujos imensos benefícios para a saúde são inversamente proporcionais ao dano que causam ao meio ambiente.

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Cada 30 gramas de amêndoas por dia reduz o risco de doenças cardiovasculares em 3,5% 10 anos depois.

Também ajudam a enagrecer, promovendo a saciedade e previnindo a diabetes, artrite e mal de Alzheimer.

Além das gorduras moninsaturadas, recente estudo da Universidade de Toronto (Canadá) aponta que os benefícios para o coração podem vir da vitamina E, fibras, fitoquímicos antioxidantes e arginina que contêm.

Com tanta coisa boa, ninguém pensa no lado negro das amêndoas. E existe?

Sim, existe. Por serem deliciosas e tão benéficas, o consumo das pequeninas aumentou 10 vezes nos Estados Unidos, desde 1965.

É de lá, mais precisamente da Califórnia, que vem 85% da produção mundial.

Amêndoas estão na moda, e por isso a procura aumenta. Até uma maior demanda por macarons influencia.

Só que, até ser colhida, cada semente precisa de 4 litros de água. Atualmente, a Califórnia passa pela maior seca de sua história recente.

Como precisam de irrigação constante, as plantações (que aumentaram 44% em 10 anos) contribuem para o problema. Que tem consequências.

O aumento do consumo de água aumenta a pressão e faz romper tubulações, que afundam e danificam estradas.

Salmões do rio Klamath estão em risco pelo tanto de água desviada para as plantações de amêndoas, cuja safra este ano deve bater o recorde histórico.

A loucura por elas só aumenta. Fonte alternativa de proteínas, têm sido procuradas por quem corta a carne do cardápio.

O leite de amêndoas teve aumento de consumo de 79% no último ano. Caminhões tem sido roubados, já que uma carga pode valer 160 mil dólares.

Como enfrentamos a falta d’água por aqui, podemos imaginar o tamanho da encrenca.

Amêndoas podem fazer bem para a saúde, mas com certeza provocam enorme dor na consciência.

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