Engordando até pela embalagem

Engordando até pela embalagem

Se você sempre desconfiou, parece que encontraram a prova. Sim, pode haver algo além da alimentação e do sedentarismo que está fazendo você engordar. E esta causa está na embalagem dos alimentos.

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Já vimos sobre fatores externos que provocam aumento do nosso peso, como o contágio social.

Mas esta ameaça é muito mais insidiosa.

Nas últimas décadas, países como Brasil, Índia e China têm testemunhado tanto o desenvolvimento econômico como o aumento dos casos de obesidade.

Uma das faces mais dramáticas desta constatação é a quantidade de crianças atingidas pelo problema.

Enquanto o foco tem sido em mudar a alimentação na fase infantil, bem como o incentivo à prática de atividades físicas, os números não param de subir.

E o fato acontece mesmo em países tão diferentes à mesa, o que faz pensar em outra causa, mais global.

Estudo publicado no site científico PlosONE revela evidências de que a epidemia de obesidade tem relação direta com a presença de bisfenol-A (BPA).

Esta é uma toxina encontrada em recipientes plásticos usados para tudo, desde mamadeiras a invólucros que armazenam bebidas, como refrigerantes e até água mineral, e comida – pense nas bandejas de carne e frutas no supermercado.

Ao imitar a ação de hormônios como o estrogênio, o bisfenol funcionaria como um desregulador endócrino, interferindo no metabolismo do tecido adiposo.

A pesquisa, patrocinada pela Fundação Nacional de Ciência Natural da China, revelou que crianças em idade escolar que tinham níveis mais elevados de BPA no organismo eram mais propensas a serem obesas.

Entre as meninas, 36% das que tinham um índice de BPA maior do que a média estavam com sobrepeso ou obesas em comparação com 21 % daqueles com um BPA menor.

Embora este não seja um fator primordial para o sobrepeso, a revelação é preocupante, já que o BPA está presente na maioria dos produtos que consumimos em nosso dia a dia.

Mamadeiras já vêm com selo BPA “free”.

Fora este e alguns poucos itens, todo cuidado é pouco.

Como sua utilização ainda é largamente praticada pela indústria, e sua presença não está registrada em nenhum rótulo, cabe a você policiar seu consumo.

O texto original foi publicado no site Plos One – leia na íntegra aqui (em inglês).

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