Conexão fatal

Conexão fatal

Os gadgets nos controlam – e não o contrário. Já denunciei este comportamento contemporâneo de diversas formas, mas agora o alerta é vital. Morte de empresário que consultava smartphone sobre a esteira levanta o debate.

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Já dizia o escritor Nelson Rodrigues que, sem alma, não se chupa nem um Chicabon.

Para atualizar esta frase podemos dizer que, sem atenção, não se consegue nem usar a esteira.

Desde o lançamento do iPhone, em 2007, os acidentes nas academias cresceram 45% nos três anos seguintes.

Esta semana, a morte do empreendedor americano Dave Goldberg, encontrado agonizando junto ao aparelho, na academia de um hotel, coloca o uso dos gadgets em questão.

E não apenas eles, mas toda a automação que nos cerca.

Isso porque este incidente não é um caso isolado.

Todo ano, milhares de pessoas se machucam ao utilizar as esteiras ergométricas.

Como causa ou consequência, ao mesmo tempo em que o aparelho fica mais potente, mais aumentam as distrações digitais a seu redor.

As esteiras são a categoria mais vendida dentre os equipamentos de ginástica, uma indústria que movimentou em 2014 US$ 8,4 bilhões, somente nos Estados Unidos.

Paralelamente, quase 460 mil pessoas deram entrada em hospitais naquele país por causa de ferimentos relacionados a seu uso. Destas, cerca de 32 mil acabaram internadas ou morreram.

Ou seja, até para colocar um pé adiante do outro em uma plataforma móvel, uma rotina que parece absolutamente banal, é preciso desligar o celular.

Com isso, pensamos em quantos acidentes são provocados pelo hábito no trânsito, ou em outros locais onde a atenção deve ser total, por exemplo.

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