Será a obesidade contagiosa?

Além das conhecidas maneiras de adquirir peso extra, estudo revela como esporos do microbioma de pessoas com sobrepeso podem ser transportados pelo ar e possivelmente infectar outras pessoas. Será?

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Há uma crescente reunião de provas e estudos que enfatizam cada vez mais a importância do equilíbrio das bactérias no nosso intestino.

Desequilíbrios no microbioma intestinal podem contribuir para a evolução de condições complexas, incluindo a obesidade, doença inflamatória do intestino, síndrome do intestino irritável e alergias alimentares, por exemplo.

Mas, pela primeira vez, os cientistas acreditam que vestígios de bactérias podem sobreviver fora do corpo, proporcionando a possibilidade de que possam ser ingeridas.

A notícia deixa a todos preocupados.

“Acredito que definitivamente há doenças que são causadas por um desequilíbrio no microbioma, como doença inflamatória intestinal ou obesidade”, disse o Dr. Trevor Lawley, um dos autores do estudo.

“As pessoas que vivem na mesma casa têm um microbioma similar.

E a questão genética representa entre 7% a 13% do risco.

Como há pessoas que são mais suscetíveis à doenças, o contágio da obesidade poderia ser uma combinação de coisas”.

Desta forma, o desequilíbrio de um microbioma de uma pessoa poderia ser transmitido a uma outra, que poderia desenvolver os mesmos problemas – ou ainda piorá-los.

Uma equipe do Instituto Wellcome Trust Sanger (Inglaterra) voltou sua atenção para a proporção de bactérias que formam esporos dentro do intestino.

Os esporos são uma forma de hibernação bacteriana, que permite que algumas bactérias permanecem adormecidas por longos períodos de tempo.

Foi descoberto que cerca de um terço do microbioma de uma pessoa produz esporos capazes de manterem-se vivos fora do organismo, ao ar livre.

A conclusão é que isso proporciona um meio de transmissão que não foi considerado antes.

O microbioma tornou-se a nova fronteira em biologia, a ponto de ser considerado o “órgão perdido” de nossa anatomia.

Como muitas destas bactérias são sensíveis ao oxigênio, são difíceis de serem cultivadas e estudadas em laboratório.

Mas, diante da evidência de que as comunidades microbianas desempenham um grande papel na saúde humana e no aparecimento de doenças, muitos esforços têm sido empreendidos – e descobertas têm disso reveladas.

Através do desenvolvimento de um novo processo para isolar bactérias gastrointestinais, os cientistas ingleses foram capazes de sequenciar seus genomas, para compreender mais sobre a sua biologia.

A ameaça existe.

Mas há quem prefira observar a questão pelo outro lado.

“Seremos capazes de isolar os micróbios de pessoas que tenham uma doença específica, tais como infecções, câncer ou doenças auto-imunes, e estudar estes micróbios em cobaias”, declarou o Dr. Lawley.

“Isso vai levar a um aumento enorme de nossa compreensão da biologia básica e a relação entre nossas bactérias do intestino e a saúde humana”, concluiu em entrevista ao jornal britânico Daily Mail.

O estudo foi publicado na revista científica Nature.

Este texto utilizou informações de matéria publicada no Daily Mailleia na íntegra aqui (em inglês).

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