O sono e o cérebro

Sabemos dos danos ao corpo que uma noite mal dormida provoca. Mas estudo realizado em parceria entre pesquisadores chineses detalha o que um sono ruim (ou sua ausência) provoca no cérebro.

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A hora de dormir é uma das partes mais importantes do dia para o cérebro.

O cérebro aproveita o sono para fazer um detox – descartando células mortas e moléculas da proteína beta-amiloide, cujo acúmulo impede as conexões entre neurônios.

É assim que são organizadas as memórias do que foi vivido ao longo do dia.

Este processo deixa o órgão pronto para encarar a próxima jornada, na manhã seguinte.

Quando você não consegue uma noite completa de sono, retira do cérebro este período essencial de repouso.

E sua performance para encarar a próxima jornada, na manhã seguinte, fica prejudicada.

Um novo estudo detalhou como a insônia pode afetar partes do cérebro que regulam a cognição, as emoções e os processos sensoriais.

Nele, pesquisadores chineses acompanharam imagens de tomografia computadorizada do cérebro de 23 voluntários.

Os cientistas focaram especificamente no volume da matéria branca, que aglutina os neurônios que são protegidos por uma proteína chamada mielina.

Essa camada exterior faz com que tenham uma condução de impulsos nervosos mais rápida.

Estudos anteriores já haviam sugerido que pessoas insones têm diferenças em certas partes do cérebro, que poderiam estar relacionadas a redução de mielina.

Por isso, cientistas do Guangdong Provincial People’s Hospital (China) compararam a função da matéria branca de pessoas com e sem insônia.

Eles descobriram que as pessoas com insônia – definido como problemas em dormir por mais de um mês – tiveram significativamente menor volume de conexão entre neurônios mielínicos.

Especialmente nas áreas que controlam o sono e o estado de alerta.

A especulação é a de que esta ruptura nos sinais entre estas regiões cerebrais foi disparada pelo enfraquecimento da camada de mielina dos neurônios.

Na verdade, 83%, ou cinco das seis vias nervosas principais analisadas, registraram atrofia entre as pessoas com insônia.

A maior paralização estava concentrada na parte direita do cérebro, onde as emoções e a informação sensorial, como visão, olfato e tato, são processados.

Mais estudos são necessários para explicar o que poderia estar causando esta redução de atividade cerebral em pessoas que têm problemas em dormir.

O estudo foi publicado na revista científica Radiology.

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