Embarque em conversas elevadas
Categoria: Sinta
Será que vai chover? Se for para engatar esta conversa, nem comece. Estudo revela como assuntos menores nos impedem de ter as conversas que realmente interessam.
Leia mais:
A tradução dos sentimentos – Dicionário visual educa e emociona
A linguagem do amor – Veja como expressar o sentimento em outras línguas
Quem nunca trocou ideias desconexas e evasivas em um elevador?
Falar sobre o tempo ou o que cada um faz da vida faz parte de um roteiro social.
Que raramente passa da primeira página.
A situação, baseada em conversas sem profundidade, se repete em encontros profissionais e até em festas.
Ao mesmo tempo em que constituem território seguro ao sociabilizarmos com estranhos, estes assuntos nos roubam precioso tempo.
Tempo que poderia ser utilizado para estabelecer contatos e relacionamentos mais produtivos.
Segundo estudo, engajamos na chamada “small talk” ao sucumbimos à pressão de ter um assunto em comum.
Nestes dias de opiniões extremas, ninguém quer se se encontrar na posição contrária.
Mas isso contradiz a natureza humana – e nos torna infelizes.
A pesquisa foi feita pela Duke University e Irrational Labs (Estados Unidos).
Nela foi feito um experimento para descobrir o que aconteceria se a “small talk” desaparecesse em um contato interpessoal.
Para isso foi marcada uma festa, onde os convidados tinham duas regras.
Todos deveriam chegar entre 17h30 e 20h, e só poderiam conversar sobre assuntos sérios.
Segundo um dos autores, o Dr. Dan Ariely, “estas regras eliminaram a liberdade individual para favorecer o entendimento”.
“Não só os convidados estavam curiosos sobre as regras, eles gostaram delas, e ninguém queria quebrá-las”.
Para ajudar a coordenar a conversa, os pesquisadores sugeriram temas como posições políticas e se doariam um rim.
Seu plano pareceu funcionar, e os convidados não só respeitaram as regras, mas as fizeram cumprir entre eles.
A conclusão evidencia uma curiosa contradição humana.
“Quando foram estabelecidas regras, em vez de diminuir a liberdade, as pessoas pareciam mais livres para falar”.
Aparentemente, quando todos agem como querem, a combinação desses comportamentos pode ser prejudicial para o grupo.
Além de ser um problema em encontros sociais, ele também pode apresentar desafios em outras aplicações.
Tais como a comunicação via e-mail, que está “ligada” 24 horas por dia.
É fácil para as pessoas criarem uma rotina de verificação de e-mails, o que pode ser uma distração na performance profissional.
Diante disso, os pesquisadores sugerem que as empresas podem orientar o uso do correio eletrônico em períodos específicos.
A medida reduziria a necessidade de verificar os e-mails com irritante e dependente frequência.
Tags: comportamento, estudo, Lucilia Diniz, sentimentos,