A corrida mais difícil do mundo

Categoria: Mexa-se

Em 30 anos, apenas 14 pessoas conseguiram completar. Nas montanhas do Tennessee (Estados Unidos), os corredores sobem 20 mil metros, o dobro do Monte Everest. Conheça o desafio que pouca gente tem coragem de encarar. E nenhum deles quer desistir.

Já vimos aqui diversos tipos de corrida. Entre elas, um circuito que parece bem exigente, o das corridas na lama. Mas, em termos de desafio, esta é imbatível. A Barkley 100, considerada a pior e mais difícil corrida do mundo, foi criada por um grupo de amigo, inspirado em uma fuga que aconteceu em uma das prisões mais isoladas dos Estados Unidos, a Brushy Mountain State Prison.

Em um dia que só é divulgado para os participantes, são cinco voltas de cerca de 32 quilômetros (20 milhas) pela mesma região, que devem ser percorridas no tempo-limite de 60 horas. O recorde foi registrado em 2008: 55:42:27. Para manter o mistério, o circuito muda todos os anos, sempre serpenteando as montanhas do Parque Estadual Frozen Head.

A dificuldade começa na inscrição. Como não há website, é preciso descobrir o e-mail dos organizadores por conta própria, e aguardar uma confirmação. Uma vez escolhido, deve-se comparecer em uma determinada data, por volta do mês de abril, no alto de uma das montanhas do parque – o local é sempre “secreto”.

E, em uma hora qualquer entre a meia-noite e o meio dia de sábado, é dada a largada. Mas quase ninguém dorme, já que a hora varia. Um ano, foi às 8 da manhã. Em outro, à 1 da madrugada. É proibido usar GPS, e o caminho é marcado por livros amarrados em árvores, em determinados pontos que podem, ou não, estar escondidos. Sempre que encontrar um livro, o corredor deve arrancar a página que corresponde a seu número de inscrição.

Para os estreantes aceitos, a inscrição é uma placa de seu carro. Nos anos seguintes, quem retorna deve trazer um par de meias, ou um casaco, ou outro item que esteja faltando na casa dos organizadores, que quase não descem a montanha. O prêmio para quem completa é simplesmente parar de correr. E entrar para um grupo de apenas 14 pessoas, finalistas desde 1986. Para quem completa no tempo oficial (dois corredores em 2014), é trazida uma cadeira. Todos os outros se sentam ao redor e ouvem as histórias.