Aviso: contém Photoshop

Não há quem esteja satisfeita com a aparência. Esta inconformidade é provocada pelo padrão de beleza determinado pela mídia, ou o contrário? Contra a ilusão, governo da França obriga revistas a identificar fotos que foram manipuladas.

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Já sabemos como o programa de computação gráfica Photoshop funciona.

Com ele, a manipulação de imagens permite retocar as fotografias, corrigindo as imperfeições.

Desta forma, a publicidade divulga padrões inatingíveis de beleza.

E isso pode levar a baixa autoestima, transtornos alimentares e dismorfia corporal.

Entre outras consequências psicológicas.

Quando o problema passa a ser de saúde pública, os governos devem interferir.

Na França, as autoridades não fogem de sua responsabilidade quanto ao tema.

Naquele país, duas novas leis foram elaboradas em 2015.

A primeira delas obriga que modelos sejam contratados apenas com certificado médico indicando seu índice de massa corporal.

Em caso de magreza “moderada” ou “severa”, não há trabalho.

E não para por aí.

A segunda lei passa a valer a partir de outubro deste ano.

A partir desta data, as publicações terão de avisar quando usarem retoques digitais em fotografias.

Algo como um selo “contém Photoshop”.

A regra vale para as fotos publicadas na mídia em geral, nos conteúdos editoriais e também nos anúncios.

E postadas na internet, incluindo as redes sociais.

Quem descumprir pode ser multado em até 37,5 mil euros (cerca de 129 mil reais).

“A exposição dos jovens a imagens irrealistas dos corpos leva a um sentimento de autodepreciação e de autoestima”.

O comentário é da ministra francesa de Assuntos Sociais e Saúde, Marisol Touraine.

A decisão chega na véspera do lançamento das edições de setembro das revistas de moda.

Bem quando chegam às bancas as publicações mais importantes do ano, com centenas de páginas.

Será que as medidas ajudam?

Como um experimento, agora é preciso observar os resultados.

Um pouco mais de transparência é bem-vinda.

Exatamente no momento em que a Palavra do Ano em vigência é “pós-verdade”.

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