Ameaça inoxidável

Na hora da reforma, a pia da cozinha escolhida é de aço inoxidável? Melhor trocar. Novo estudo revela como o material, que imaginava-se o mais seguro, na verdade estimula a proliferação de bactérias.

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Partículas de ferrugem no sistema de água estimulam o crescimento da bactéria Legionella pneumophila.

Estas bactérias causam a uma doença chamada legionelose.

Seus sintomas são dores de cabeça, dor muscular, febre, desorientação e outros problemas mentais.

Os pacientes com legionelose frequentemente precisam ser internados.

Isso porque a taxa de mortalidade varia entre 5% a 30%.

E de onde menos se espera que venha o risco está expondo mais pessoas.

Segundo novo estudo, o revestimento em acessórios de aço inoxidável pode se degradar ao longo do tempo.

Isso pode incentivar o crescimento de espécies de Legionella.

A pesquisa foi feita pela Universidade de Pittsburgh (Estados Unidos).

Nela, os cientistas testaram três modelos mais comuns utilizados em instalações residenciais.

Os pesquisadores testaram torneiras termostáticas de aço inoxidável, latão cerâmico e bronze.

Cada uma com água limpa e água contaminada com Legionella, ou com ferrugem e o micróbio.

As peças foram monitoradas por três anos.

Como resultado, quando a ferrugem foi combinada com Legionella na torneira de aço inoxidável, metade das amostras de água acabaram infectadas.

A teoria é que o revestimento das torneiras de aço inoxidável se degrada se partículas de ferrugem estiverem presentes na água.

No terceiro ano de testes, a concentração de bactérias nesta torneira disparou.

Em contraste, a torneira com misturador de latão foi a mais segura, mesmo com a ferrugem presente.

Os cientistas opinaram que as torneiras à venda devem ser testadas explicitamente para avaliar o risco de bactérias.

O alerta é importante.

Afinal, o material é atualmente um dos favoritos para equipar as pias de cozinhas e banheiros.

No Brasil não existem dados epidemiológicos claros.

Mas a condição está em ascensão na Europa, como apresenta o site New Scientist.

Em 2015 foram 7.000 casos conhecidos e podem haver muitos mais que não foram relatados.

Mas isso significa abrir mão do material?

Não chega a tanto.

O importante, agora, é saber que o sistema não é eterno e isento de riscos.

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