Vêm aí as superbananas

Uma espécie de banana vitaminada está sendo desenvolvida para combater doenças na África. Com a ciência e contra a polêmica, os alimentos modificados geneticamente estão chegando para matar a fome e alguns problemas a mais.

A ideia parece simples. E, para quem já mandou o homem à Lua, não deve ser tão complicada. Mas, para fazer alimentos cujo DNA foi modificado chegarem à mesa de quem precisa de seus nutrientes, a tarefa não é fácil.

Para combater as doenças e mortes causadas por subnutrição entre as crianças em Uganda, na África, a Queensland University of Technology (Austrália) tem trabalhado na criação de bananas enriquecidas desde 2005. Às bananas são adicionados alfa e beta-caroteno, que o corpo humano converte em vitamina A. Por conta destes ingredientes, elas apresentam uma coloração mais forte, próxima da cor laranja.

Após nove anos de pesquisa, e financiamento de mais de 20 milhões de reais da Bill & Melissa Gates Foundation, a fruta começa a ser consumida por humanos no final de julho, em testes nos Estados Unidos. A meta é que as plantações com estas bananas especiais comecem a dar resultados apenas em 2020.

“A boa ciência pode fazer uma enorme diferença, enriquecendo culturas básicas, como bananas ugandenses com vitamina A, e fornecendo às populações pobres e de agricultura de subsistência alimentos nutricionalmente gratificantes”, afirmou o líder das pesquisas, James Dale.

A razão pela demora em termos alimentos como estes aprovados para consumo é que muita gente ainda teme possíveis efeitos negativos dos transgênicos para a saúde e o meio ambiente. Por esta razão, muitos governos e suas legislações ainda precisam passar por modificações. Na minha opinião, cabe o bom senso.

Instituições como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) já afirmaram que a tecnologia de manipulação genética dos alimentos é segura. E que não representa risco maior do que técnicas agrícolas convencionais de cruzamento de plantas, praticadas a centenas de anos. Se pudermos ter bananas que salvem vidas, e outros benefícios através dos alimentos, não há porque não incentivar pesquisas como esta.

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