A prova da inteligência

A prova da inteligência

Hoje em dia, só precisamos escrever à mão se for para assinar algum documento. E toda vez é um suplício. Pois a falta do exercício da escrita está sendo relacionada a dificuldades de aprendizado. Neste quesito, nosso futuro é um cheque em branco.

Você nunca imaginou que aqueles ditados valendo nota pudessem ser um investimento. Estudo recente do Collège de France, em Paris, relacionou o ato de escrever à mão com a habilidade de aprender melhor.

Juntos, psicanalistas e neurocientistas descobriram evidências de que as crianças não só aprendem a ler mais rápido quando primeiro se dedicam a escrever, como geram mais ideias e guardam mais informação.

Quando escrevemos, circuitos neurais únicos são automaticamente ativados. A atividade é tão complexa que áreas diferentes são acessadas, dependendo se for utilizada letra de forma ou cursiva. E, à mão, as pessoas ficam mais criativas. Para corroborar o argumento, em outro teste, da Universidade de Washington, crianças que escreveram a lápis utilizaram mais palavras que aquelas que tinham um teclado. E, além de apresentar mais ideias, registraram grande atividade nas áreas do cérebro ligadas à memória.

Estas descobertas assustam quando pensamos nas crianças. Mas ainda dá tempo de aprender com a lição, já que não se restringem apenas à infância. Adultos que tiveram que colocar as ideias no papel capricharam mais quando tiveram à frente a caneta. Acompanhar reuniões e aulas fazendo anotações no caderno ajuda a fixar o assunto na memória de maneira mais eficaz.

Ou seja, para parecer mais inteligente, recuse participar do desfile de tablets que se tornaram as reuniões corporativas. Nesta ocasião, compareça com um belo moleskine. A impressão que você vai causar, em seu próprio cérebro, fará toda a diferença depois.

Tags: , , ,