A distorcida imagem da obesidade

Estudo feito em parceria entre Chapman University, UCLA e Stanford revela como a mídia (telejornais e publicidade) manipula a maneira como percebemos a obesidade.

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Uma verdadeira coalizão de cientistas americanos acaba de publicar um estudo sobre como a cobertura de mídia molda as percepções da obesidade.

Os pesquisadores examinaram como diferentes abordagens em matérias jornalísticas afetam como as pessoas apoiam políticas públicas voltadas aos problemas de saúde causados pelo excesso de peso.

E como isso cria preconceito em relação a homens e mulheres com alto Índice de Massa Corporal (IMC).

“Nossa descoberta, de que as notícias que relacionam obesidade como uma crise de saúde pública provocada por más escolhas alimentares, podem agravar o preconceito”, declarou o Dr. David Frederick, um dos autores do estudo.

“O que é extremamente preocupante, pois há evidências de que a negatividade do estigma afeta a saúde, chances de trabalho e progressão na carreira, oportunidades educativas e cobertura médica”, concluiu.

O estudo conduziu alguns experimentos, onde participantes leram matérias que classificavam a obesidade de maneiras diferentes.

Imagens geradas por computador de mulheres com tamanhos de corpo distintos foram apresentadas posteriormente.

Diante delas, os participantes deveriam dizer se as imagens correspondiam ao que se considera saudável.

Os pesquisadores descobriram que é possível mudar a opinião pública a respeito de mulheres com sobrepeso.

Os voluntários que leram notícias sobre obesidade direito individual e inquestionável estiveram mais propensos em classificar as imagens de mulheres acima do peso como “aceitáveis”.

Aqueles que leram notícias em que a obesidade foi retratada como crise de saúde pública ou como causa de escolhas pessoais ruins foram menos tolerantes.

A conclusão final do estudo demonstrou que uma antipatia visceral pela gordura corporal faz com que atitudes preconceituosas persistam, mesmo que o público seja exposto a pesquisas mostrando que uma pessoa pode ser gorda e saudável.

Isso aponta que a disseminação de estudos científicos não é suficiente para promover uma cultura de saúde e solidariedade.

Os padrões estéticos estão fortemente arraigados em nossa sociedade.

Para além dos preconceitos, questões como o novo normal e a autoaceitação precisam ser entendidas como prismas para novos pontos de vista sobre a obesidade.

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