Com o CEP na balança

Se você pega o carro para ir na esquina, é hora de parar e pensar. Como deixamos que o ambiente determine nossa saúde? Estudo mostra como pessoas em vizinhanças mais “caminháveis” estão mais saudáveis e em forma.

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Uma vez símbolo de liberdade e hoje responsável pelos engarrafamentos que nos roubam a própria mobilidade.

Já entendemos que o melhor do automóvel está em usar o veículo da maneira mais racional possível, reservando para pequenas viagens e momentos de lazer.

Para os itinerários do dia a dia dentro das cidades, a prioridade é evitar a armadilha comodista (e sedentária) para diversificar e integrar os chamados“modais”.

As autoridades gostam de investir na questão com foco no transporte coletivo e nas bicicletas.

Se acrescentarmos andar a pé no topo da lista, o que acontece?

Simbolicamente, uma revolução.

Em termos biológicos, também.

Segundo estudo do Li Ka Shing Knowledge Institute (Estados Unidos), as cidades caminháveis têm populações mais saudáveis.

Afinal, o que são cidades caminháveis?

O nome não deixa dúvida.

São aglomerações urbanas que distribuem praças, lojas, serviços e equipamentos públicos próximos uns dos outros.

A ideia é favorecer que sejam percorridas a pé as distâncias entre estas atrações.

Tudo isso proporciona não apenas uma experiência urbana mais agradável, mas uma vida mais saudável.

O estudo investigou dados municipais de Ontário (Canadá), relativos a 8.777 casos de sobrepeso e obesidade e problemas de saúde correlatos.

O grau de uma vizinhança caminhável é composto por quatro variáveis: densidade populacional, densidade residencial, proximidade das atrações (lojas de varejo, serviços e escolas num raio de 10 minutos a pé) e conectividade entre as ruas.

Por este critério, os bairros da cidade ganharam notas de um a cinco.

A descoberta foi a de que quanto mais caminhável a vizinhança, menor a probabilidade de seus moradores estarem acima do peso de maneira a ameaçar sua saúde.

Com receio de provocar especulação imobiliária, os autores declararam que novas pesquisas são necessárias para avaliar se as associações observadas são causais.

De todo modo, as evidências trazem viés otimista ao ritmo da vida moderna, que impulsiona cada vez mais pessoas ao sedentarismo, presas a horas de deslocamento e outras tantas de simples exaustão.

Isso porque, em contraste, vemos que iniciativas que acalmam o trânsito e colocam as pessoas nas ruas proporciona vizinhanças mais felizes.

É verdade que nossas calçadas impedem que se vá sequer à esquina, mas é preciso romper a barreira.

Planejar o percurso, o tamanho do salto e, principalmente, as companhias, podem ser atitudes simples que favorecem engajar na caminhada.

Já vimos que, muitas vezes, bastam apenas sete minutos de uma atividade diária como esta para perder centímetros, na cintura e na nota fiscal da farmácia.

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