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Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
Na hora de sair para comer as iguarias da culinária japonesa, antes de pedir o cardápio, você poderá exigir a carteirinha. Governo japonês cria certificação que recomenda restaurantes em todo o mundo como seguidores dos valores de sua gastronomia ancestral.
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Seja a criatividade dos chefs ou a disponibilidade de ingredientes, não há nada mais difícil de encontrar na culinária universal que coerência.
Por isso, vemos as receitas feitas de modo diferente como bem-vindo improviso.
Entretanto, esta liberdade na culinária étnica de povos tradicionais, como a cozinha japonesa, incomoda sobretudo aos puristas.
É para orientar o público mais exigente que o Ministério da Agricultura e Pesca do governo japonês criou uma certificação que recomenda restaurantes como seguidores do “washoku”, o conjunto de valores que rege a cozinha do Japão.
Desde a escolha dos ingredientes e temperos até os métodos de preparo e consumo, o “washoku” preza pela sazonalidade dos alimentos e as qualidades de cada estação do ano.
Em 2013, o “washoku” foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Além da culinária japonesa, a culinária francesa, mexicana e mediterrânea também já receberam tal título.
Nos locais identificados com a credencial, em qualquer lugar do mundo, você sabe que encontrará os pratos feitos da maneira como se deve, para comer de olhos fechados.
O conceito é como a ideia da sigla DOC (Denominação de Origem Controlada), só que aplicado ao preparo dos alimentos, e não às matérias-primas.
O sistema de certificação voluntária visa ajudar a eliminar erros comumente feitas por chefs estrangeiros – do mau uso de peixe cru, a baixos padrões de higiene, à maneira cerimonial em que o alimento deve ser apresentado aos clientes.
Por exemplo, um erro comum é manusear em excesso os peixes, o que provoca um aumento da temperatura do pescado.
Outra é o uso de ferramentas de cozinha, como facas e tábuas de corte, de maneira incorreta.
Muitas vezes, o caldo de peixe (dashi) é cozido por tempo demais, o que faz com que perca seu sabor característico.
A exigência visa garantir que a experiência gastronômica seja perfeita, o que, em última análise, envolve a manutenção da boa imagem da nação japonesa.
A preocupação é mais que válida.
Existem hoje mais de 89.000 restaurantes japoneses que operam fora do Japão.
Só nos Estados Unidos estão aproximadamente 22 mil deles, capazes de lançar “novidades” como o burrito-sushi.
Como sou fã da comida japonesa, acho a ideia ótima e já aguardo a definição dos primeiros estabelecimentos credenciados para fazer minhas visitas.
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