Rótulos iludem o apetite

Mesmo em estado de alerta, as imagens excessivamente produzidas dos rótulos nos fazem sucumbir às tentações do conteúdo. Estudo revela como este apelo mais que duplica o apetite inconsciente. Leia…

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Mesmo em estado de alerta, as imagens excessivamente produzidas dos rótulos nos fazem sucumbir às tentações do conteúdo. Estudo revela como este apelo mais que duplica o apetite inconsciente.

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Segundo estudo da Universidade de Cornell (Estados Unidos), as imagens provocantes e fora de proporção que vemos nos rótulos de alimentos nos fazem superestimar o tamanho correto de uma porção.

Esta confusão em entender o que é uma porção ideal leva a um exagero ao servir-se – e ao acúmulo de peso subsequente.

Os pesquisadores observaram a questão ao focar nas imagens da confeitaria exibidas nas caixas de preparo de bolos e cupcakes.

Segundo o Dr. John Brand, um dos autores do estudo, “se vemos na caixa do produto uma generosa fatia de bolo, que não dispensa o glacê ou outra cobertura, pensamos que é normal nos servirmos daquela maneira”.

O problema é que a porção exibida não corresponde às informações nutricionais escritas em letras pequeninas, atrás do rótulo.

Fica faltando dizer que, na porção em que é obrigatório divulgar a quantidade de calorias, não contam o glacê e outras coberturas e acompanhamentos.

Escrever de cabeça para baixo que a imagem é meramente ilustrativa não é efetivo e só serve à indústria.

A diferença entre o que vemos na fotografia do rótulo e na porção “normal” que tem as informações nutricionais informadas chega a 135% mais calorias.

Como estas imagens “determinam” a porção que servimos, significa mais que o dobro de calorias por prato – e a cada vez que repetimos.

A descoberta sugerem que as pessoas são mais influenciadas pela imagem que vêem do que pela porção “normal” listada como informação nutricional.

Co-autor da pesquisa, o professor Brian Wansink acrescentou: “Sem dúvida, as empresas não têm a intenção de nos enganar quando eles incluem glacê na fatia da caixa de bolo”.

“Mas aparentemente estes pequenos elementos do design das embalagens podem somar-se e representar um enorme impacto”.

Para fugir deste efeito, os cientistas sugerem exercitar o olhar além da superfície do glacê fotogênico, para conseguir enxergar por baixo da cobertura.

E, quando for se servir do bolo recém-saído do forno, ler as informações nutricionais antes de cortar um pedaço.

O estudo foi publicado na revista científica Public Health Nutrition Journal.

A minha opininão é a de que devemos evitar esta ameaça antes mesmo, ao simplesmente evitar o corredor de mix de bolos prontos e alimentos ultraprocessados.

Nos últimos anos, o consumo per capita desta categoria disparou, juntamente com os números da obesidade em todo o mundo.

De 80 quilos por pessoa/ano em 1990, saltou para 110 kg em 2013, o que equivale a comer 140 Big Macs a mais, anualmente.

Quer comer bolo, mas não quer passar muito tempo na cozinha?

Confira agora minha receita de bolo de milho sem farinha – clique aqui.

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