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Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
Diversificar a alimentação é contar com a riqueza plena dos nutrientes. Mas nosso conhecimento é limitado pelas conveniências do mercado. Até hoje, alimentos valiosos crescem por aí sem. Chegou a hora das “pancs”: plantas alimentícias não convencionais.
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Num país com desigualdades sociais como o nosso, jogar comida fora é um pecado. O que não impede que seja praticado diariamente, à vista de todos. E se ninguém reclama, é por pura ignorância.
Jaracatiá, ariá, bertalha, lírio-do-brejo, taioba, bertalha, serralha, capeba, ora-pro-nobis, vinagreira, ariá, araruta e ervilha-borboleta (foto acima). Se os nomes lhe parecem esquisitos, saiba que todos estes vegetais, hoje vistos como mato, já frequentaram nossas mesas.
Graças ao trabalho de pesquisadores e o interesse de alguns chefs, agora estes verdadeiros tesouros nutricionais estão sendo redescobertos.
Segundo dados da FAO (Organizações das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), graças aos interesses comerciais da agroindústria, o número de plantas consumidas pela Humanidade caiu de 10 mil para apenas 170. Em outra matéria, já falamos sobre frutas quase extintas que voltam a ser cultivadas.
As “pancs”, ou plantas alimentícias não convencionais, também são chamadas de espontâneas. Nascem e crescem sem muito cuidado. Até a urtiga é possível comer: empanada, tem gosto de peixe. Em alguns países, estas espécies são consideradas veneno, em outros é verdura tradicional.
E não são poucas.
No livro Plantas Alimentícias não Convencionais (Panc) no Brasil, o biólogo Valdely Kinupp lista 351 espécies de plantas que precisamos conhecer – ou redescobrir. Para ajudar, a obra traz também 1.053 receitas com estes ingredientes.
Todos temos a ganhar com a biodiversidade à mesa. Verduras espontâneas crescem sem pragas, dispensando agrotóxicos. Com isso, o meio ambiente não adoece. As hortas podem ser feitas em todos os lugares, eliminando a pegada de carbono do transporte. A economia se capilariza, viabilizando iniciativas e a responsabilidade com a produção de alimentos.
Basta um novo olhar, fundamentado com conhecimento, para começar esta revolução.
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