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Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
Se você acha a culinária japonesa a mais saudável de todas, ainda não conhece o que se passa nas mesas de Okinawa. Distante e isolada no mar, a ilha difere em cultura, história, clima e ingredientes, para alimentar as pessoas mais centenárias do mundo.
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Antigamente, Okinawa fazia parte de um arquipélgado independente do Japão, o Reino de Ryukyu.
Distante 2.500 quilômetros ao sul de Tóquio, o lugar está localizado na zona subtropical, o que garante clima e, consequentemente, colheitas diferentes.
Por este motivo, e com mais de 500 anos de trajetórias opostas, a ilha não só difere em cultura e história, como também por sua culinária distinta.
A Dieta de Okinawa consiste em alimentos de baixas calorias, o que é compensado pelo fato de serem nutricionalmente densos.
Geralmente, frutas e vegetais ocupam o centro da mesa, tomando o lugar da pouco presente proteína de origem animal (carne e laticínios), açúcar, gorduras e farinhas refinadas.
Integram o cardápio, principalmente, batata roxa, arroz (em menor quantidade que no resto do país), folhas verde escuras, vegetais diversos e derivados da soja, como tofu e molho shoyu.
Um dos pratos locais é o goya champuru, um refogado preparado com carne de porco, tofu e goya (uma espécie de melão salgado).
Outro é o soba, uma sopa de macarrão de trigo sarraceno e caldo de peixe que ganha diferentes acompanhamentos.
Carnes magras e frutos do mar, frutas e chás são servidos em porções sempre modestas.
Soba, goya champuru e a cerveja local, Orion
O resultado tornou Okinawa o lar das pessoas mais longevas do mundo.
O segredo local da vida longa passa também pela sabedoria.
Antes das refeições, é hábito entre os mais idosos repetirem a frase hara hachi bu.
Trata-se de um provérbio de Confúcio, que recomenda “comer até você se sentir 80% satisfeito”.
O problema é que a geografia rude que tornou a batalha pela conquista da ilha uma das mais sangrentas da Segunda Guerra não consegue evitar os efeitos da globalização.
Infelizmente, as novas gerações já registram taxas crescentes de obesidade, síndrome metabólica e doenças cariovasculares provocadas pela alimentação das redes de fast food.
Os idosos, presentes e ativos no cotidiano das vilas e cidades, são registros vivos que tornam evidentes os acertos das escolhas de culinária tradicional da ilha.
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