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Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
Dentre os óleos vegetais, privilegiamos o azeite de oliva de olho em seus benefícios para a saúde. Mas há um risco ignorado. Estudo revela que 70% do azeite vendido falha em ser considerado extravirgem – ainda que diga ser no rótulo. Afinal, como garantir sua autenticidade?
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Existem mais de 700 variedades de azeitonas do mundo.
Mesmo com esta abundância, mais de 70% dos azeites não continham a variedade extravirgem que consta nos rótulos.
Isso porque o comércio global de azeite, embora dos mais antigos, não possui regulamentação padronizada.
Em testes-surpresa feitos no varejo, 70% daqueles ditos extravirgem eram, na verdade, de qualidade inferior.
Mas o problema não acontece apenas no mercado norte-americano.
A revista italiana Il Teste constatou que 45% dos óleos em supermercados italianos não eram extravirgem, como rotulado.
Ou seja, quase metade da base culinária italiana é “batizada”.
Então, o que está acontecendo?
O azeite extravirgem é o mais puro, obtido com a primeira prensagem das azeitonas.
Isso faz com que seja o mais saudável – e mais caro.
Além disso, uma praga que ataca as azeitonas no pé tem tornado o óleo puro cada vez mais precioso – leia mais aqui.
Para aumentar o lucro, grande parte das garrafas de azeite que você vê nas prateleiras têm indícios de fraude.
São azeites de baixa qualidade, refinados industrialmente com produtos químicos e calor.
Podem apontar a presença de outros óleos, obtidos por extração com solventes.
E também a adição de outras gorduras vegetais.
Alguns ainda ganham cor, com clorofila e beta-caroteno.
No final desta mistura, um pouco de azeite extravirgem é enfim adicionado.
Em casos extremos, a mistura pode resultar na variedade ordinária chamada “lampante”.
Esta versão é a última maneira de salvar este azeite altamente defeituoso e torná-lo comestível.
Por sorte, o “lampante” é considerado impróprio para consumo humano.
“Grande quantidade de azeite vendido nos Estados Unidos como extravirgem é, na verdade, padrão virgem ou mesmo padrão lampante”
A declaração é de David Neuman, produtor de azeites, em entrevista à revista Organic Life.
“Tecnicamente, é azeite de oliva”.
Assim resume Lisa Howard, autora de The Big Book of Healthy Cooking Oils (“O grande livro dos óleos culinários saudáveis”).
Por tudo isso, é preciso ficar em alerta.
Mas como dizer se estamos diante de um azeite impostor?
Veja a seguir algumas dicas sobre como ler os rótulos.
Esta é a classificação mais alta que um azeite pode ter.
Para isso, deve ser 100% extraído mecanicamente, sem produtos químicos ou aquecimento.
Um teste sensorial deve revelar quaisquer defeitos; o sabor deve ser impregnado de azeitonas frescas.
O termo, redundante e impreciso, refere-se a um processo tradicional que não é normalmente mais usado.
A classificação não é reconhecida nos Estados Unidos.
Cuidado com o apelo da palavra “light” – aqui não se refere às calorias.
Essa classificação significa que é uma mistura de azeite com apenas 10% de pureza.
É mais gorduroso e tem paladar pastoso.
Trata-se de óleo refinado que apresenta um ligeiro defeito no sabor, como ranço ou fermentação.
Garrafas rotuladas como “azeite de oliva 100%” são, por vezes, as de menor qualidade.
Há uma intencional confusão, já que entendemos a pureza como qualidade.
Aqui “puro” significa “purificado” (industrialmente refinado), o que elimina propriedades naturais.
Não se engane com as paisagens do campo nos rótulos da categoria.
Muitos desses óleos são comercializados através da Itália.
Mas vêm de todo o Mediterrâneo, incluindo a Grécia e Espanha, ou sabe-se lá.
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