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Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
O fast food não é nosso inimigo apenas por conta da gordura trans e excesso de açúcar e sal. O problema é ainda pior. Estes alimentos são tão tóxicos que matam as bactérias responsáveis pela digestão.
O junk food é conhecido por matar a fome naqueles momentos em que estamos com pressa.
Só que este tipo de alimentação está matando algo mais dentro de nós.
Segundo o nutricionista americano Tim Spector, professor do King’s College London (Inglaterra), os lanches rápidos são responsáveis por exterminar as bactérias que vivem em nosso microbioma.
Ao contrário do que se pensa, não é por conta de sua fórmula que este tipo de dieta está tornando a população obesa, mas por prejudicar o mecanismo que faz a digestão no organismo humano – e que deveria nos manter em forma.
Segundo Tim Spector, especialista em epidemologia genética e autor do livro The Diet Myth: The Real Science Behind What We Eat (“O mito da dieta: a verdadeira ciência por trás do que comemos”), isso acontece por que o número de bactérias no intestino está sendo reduzido.
Ele estima que a quantidade de bactérias chamadas “do bem” tem sido reduzida ao longo dos últimos 50 anos graças à comida processada.
Para provar sua teoria, Tim fez um teste monitorado com seu próprio filho.
O jovem, de 23 anos, passou 10 dias comendo basicamente comida de lanchonetes fast food (hambúrgueres, nuggets, batatas fritas e Coca-Cola).
Dele foram colhidas amostras antes e depois do experimento.
A descoberta foi a de que, previamente, seu intestino continha 3.500 espécies diferentes de bactérias. E, ao final do experimento, foram registradas apenas 1.300 delas.
O microbioma não é somente essencial para determinar como digerimos os alimentos; ele controla as calorias que absorvemos e habilita enzimas e vitaminas consumidas para que sejam aproveitadas.
O que está claro é que, quanto mais diversa é nossa alimentação, maior será a diversidade de espécies de bactérias que teremos no microbioma.
A estimativa é a de que, há 15 mil anos atrás, os seres humanos consumiam cerca de 150 alimentos diferentes por semana, o que garantia bactérias suficientes para nos manter saudáveis e em forma.
Entretanto, a dieta dos dias atuais consiste em apenas 20 tipos diferentes de alimentos, ou ainda menos, a depender da quantidade de alimentos processados que você consome semanalmente.
Isso porque a maior parte desta categoria é feita com apenas quatro ingredientes principais: milho, soja, trigo ou carne.
O antídoto recomendado por Tim é cortar de vez o consumo de fast food.
E incluir no prato alimentos que beneficiam a flora intestinal, como aipo, alho, queijo não-pasteurizado (artesanal) e pequenas porções de chocolate amargo.
E ainda, por incrível que pareça, cerveja de boa qualidade – feita, afinal, com cevada fermentada por bactérias.
Na capa do livro, os alimentos que favorecem a diversidade do microbioma
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