Por desinformação, deixamos fora do prato inúmeras espécies, gerando uma situação de especialização alimentar, ao invés da saudável diversificação. A Arca do Gosto é uma lista que cataloga ingredientes e pratos com risco de extinção. A boa notícia é a inclusão de itens revelados pelo Brasil.

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O Slow Food é um movimento internacional que estimula a adesão a uma alimentação consciente e responsável, considerando um equilíbrio entre as necessidades do corpo e do planeta.

Uma das bandeiras do movimento é o consumo de produtos locais e diversificados, muitos deles em risco pela preferência por alimentos processados ou pela oferta restrita da agricultura extensiva.

Para catalogar ingredientes e pratos com risco de extinção, o movimento Slow Food elabora e atualiza constantemente a Arca do Gosto, hoje com 2.196 itens.

Esta lista, que observa o consumo limitado de determinadas culturas e regiões por mais de 50 países, admite frutas, vegetais, carnes de rebanhos diversos, charcutaria, queijos, pães, bolos e doces.

E acaba de receber novas adesões, de produtos e receita 100% brasileiros.

Ganharam a notoriedade internacional o butiá, um fruto pequeno e amarelo, de sabor ácido, utilizado em sucos e geleias por comunidades no Sul. A bocaiúva, original do Mato Grosso do Sul. E a bijajica, um bolo de mandioca crua no vapor, servido nas mesas do litoral catarinense e na região do planato serrano de Lages.

Com eles, nosso país soma 31 produtos na Arca. O primeiro foi o guaraná. Existem outros, como o babaçu, o maracujá da caatinga, o peixe pirarucu e a marmelada de Santa Luzia, por exemplo – confira a lista completa aqui.

A falta de diversidade e a oferta da comida processada torna a dieta moderna dependente dos carboidratos, incluindo as farinhas refinadas, açúcar escondido e gordura trans, o que leva ao aumento de peso e todos os problemas provocados pela obesidade.

Conhecer as plantas alimentícias não convencionais (pancs) e sabores tradicionais quase esquecidos, garante opções para enriquecer as fontes de nutrientes e diversificar o paladar, às vezes enjoado pelo que sempre encontra à frente.

Navegue pelo mapa interativo e conheça as espécies e receitas que o mundo não pode esquecer – clique aqui.