Do xarope à UTI

Os alimentos industrializados podem deixar você doente. Ou retardar qualquer processo de cura. Estudo prova que ingrediente principal da comida processada prejudica a saúde quando você mais precisa dela.

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Uma dieta que abusa do xarope de milho (frutose), adoçante favorito dos fabricantes de alimentos processados, pode estar sabotando sua saúde.

Segundo estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles (Estados Unidos), o ingrediente prejudica a habilidade do cérebro de recuperar-se de traumas na cabeça.

A pesquisa, feita com cobaias, revela uma conexão entre nutrição e a saúde do principal órgão humano.

Atualmente, nos Estados Unidos, mais de cinco milhões de pessoas convivem com lesões cerebrais causadas por acidentes.

Estima-se que naquele país sejam registrados 1,7 milhões de casos a cada ano, o que resulta em 52 mil óbitos.

Como os americanos são os maiores consumidores de frutose na forma da xarope de milho, que adoça refrigerantes, por exemplo, sua recuperação sofre duplamente.

O americano médio consumiu 12 quilos do ingrediente em 2014, ou cerca de oito colheres de sopa por dia.

Há 10 anos, este consumo era de 16 quilos por ano.

No estudo, publicado no Journal of Cerebral Blood Flow and Metabolism, cobaias foram treinadas durante cinco dias para escapar de um labirinto.

Em seguida, algumas delas foram alimentadas com água contendo xarope de milho, para simular doses a que humanos consomem regularmente.

Estas cobaias foram então operadas para reproduzir aspectos das lesões cerebrais.

Semanas depois, elas foram testadas no labirinto.

Os cientistas descobriram que os animais que consumiram a dieta com frutose levaram 30% mais tempo para encontrar a saída.

Também foi descoberto que a frutose alterou a saúde do processo biológico no cérebro após o trauma.

O adoçante interferiu na habilidade dos neurônios em comunicarem-se uns com os outros, atrapalhando novas conexões após a lesão, a formação de novas memórias e a produção de energia para funções básicas do órgão.

Os resultados sugerem que a frutose rompe a flexibilidade que o cérebro precisa para criar novos caminhos e viabilizar seu pleno funcionamento diante de um acidente.

Estudos anteriores já apontaram a substância como preponderante no desenvolvimento de doenças, como câncer, diabetes, obesidade e problemas no fígado.

Com esta atuação no cérebro, o alerta contra o ingrediente fica reforçado.

Reduzir o consumo de alimentos que contenham o xarope de milho, adoçante industral de custo baixo para os fabricantes, é fundamental para proteger a saúde, em todos os níveis.

Preste atenção nos rótulos, não apenas de refrigerantes, mas também de papinha de bebês.

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