Visão aquém do alcance

O gordo está nos olhos de quem vê. Estudo da Universidade Cornell revela que muitos fatores além da aparência influenciam como vemos as pessoas acima do peso.

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Os médicos têm uma definição específica do que significa estar acima do peso.

No mundo social, entretanto, as coisas não são assim.

Temos definições muito subjetivas e fluidas do que significa ser gorda ou magra.

E isso muda para grupos diferentes.

É o que afirma um novo estudo da Universidade de Cornell (Estados Unidos).

“Parece que a obesidade está no olho de quem vê”.

Assim resumiu uma das autoras, Dra. Vida Maralani.

Estudos anteriores já relacionaram a obesidade a determinado perfil socioeconômico.

Especificamente a salários mais baixos, renda familiar limitada, taxas de matrimônio e ganhos do cônjuge.

Mas a nova abordagem analisa esses fatores ao longo do tempo e através de gênero e raça.

Foram acompanhados dois grupos de seis mil voluntários, em 1979 e 1997.

Os dois grupos foram acompanhados novamente, sete anos depois.

Uma das descobertas mais notáveis foi o quanto a sociedade espera que as mulheres brancas sejam magras.

“Encontramos padrões bastante consistentes para os americanos brancos em todos os desfechos e ao longo do tempo”.

Para mulheres brancas, quanto mais magra, mais provável que esteja casada e tenha renda familiar e salários mais altos.

Para os afro-americanos, a ligação entre massa corporal e esses resultados se dissipa no final da década de 1990.

“As pessoas parecem ter se tornado mais tolerantes a corpos maiores (neste grupo)”.

O estudo foi publicado no periódico científico Sociological Science.

Nele se destaca como as normas de magreza dominam a vida das mulheres.

A pressão da sociedade é para que cumpramos um papel de sucesso que já está determinado.

Para quem estiver fora do roteiro (ou fora do figurino), os aplausos serão escassos.

Vamos fazer com que sejam, ao menos, mais calorosos.

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