Vida em pandemia

A vida sob a Covid-19: veja as abordagens comprovadas cientificamente para combater fake news, aumentar a cooperação e lidar com o estresse e o isolamento.

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Mesmo com a vida sob os riscos da pandemia, podemos gerenciar melhor o estresse.

E a ciência pode apontar caminhos.

Pesquisas desenvolvidas nos últimos 25 anos podem oferecer insights sobre como lidar com as circunstâncias atuais.

Uma ampla análise de mais de 40 estudos, de mais de 20 faculdades e universidades, foi publicada na revista Nature Human Behavior.

Deste trabalho, foram extraídas ideias sobre como agir.

Especialmente, em várias áreas de interesse coletivo.

Veja a seguir as recomendações colhidas a respeito de cada tema.

Ameaça à coletividade

O preconceito foi exacerbado pela pandemia de Covid-19.

Incluindo o presidente Donald Trump, não foram poucos os que se referiram ao coronavírus como “vírus chinês”.

Os cientistas apontam relação histórica (e trágica) com outro evento.

“A doença mais mortal da Europa, a peste negra do século 14, desencadeou uma violência generalizada, incluindo o assassinato de catalães na Sicília, com mais de mil comunidades erradicadas”.

Entretanto, há esperança.

Eles apontam para pesquisas que indicam que pandemias podem, de fato, apresentar oportunidades para reduzir o preconceito religioso e étnico.

“Esforços coordenados entre comunidades e governos para combater a propagação da doença propagam fortes sinais de cooperação e valores compartilhados”.

Fake news e desinformação

Fake news e teorias de conspiração sobre a Covid-19 proliferam nas redes sociais.

Mas novas pesquisas, baseadas nas ciências sociais, podem ajudar a combater a disseminação de notícias falsas.

A verificação e checagem de fatos oferecem possíveis soluções.

Como também a análise de mensagens de “fontes improváveis” – aquelas que se beneficiam da informação incorreta original.

Para responder à demanda, podem ser empregados métodos extremos.

Como a “abordagem de saturação”, uma espécie de imunização psicológica.

Estudos revelaram que a exposição preventiva de pessoas a pequenas doses de desinformação (incluindo cenários sobre a Covid-19) pode reduzir a suscetibilidade a notícias falsas.

Normas sociais

Estudos já comprovaram que nossas decisões são influenciadas pelas normas sociais.

Ainda mais em uma sociedade tão vigiada.

E esse efeito é mais forte quando aumenta a incerteza, como durante uma pandemia.

No entanto, embora sejamos influenciados pela percepção das normas, pesquisas mostram que nossas estimativas de comportamento são frequentemente imprecisas.

Por exemplo, podemos subestimar se todos estão lavando as mãos e, ao mesmo tempo, supervalorizar o risco oferecidos por idosos.

Para mudar comportamentos e corrigir as percepções, os autores apontam a importância das mensagens públicas.

E da responsabilidade dos governos.

Não dá para falar de uma coisa (por exemplo, distanciamento social e higiene) sem falar de outras, como a baixa adesão dos jovens ao isolamento.

Estresse

Uma das estratégias vitais para conter a Covid-19 é o distanciamento social.

Mas a prática, embora benéfica, colide com o profundo instinto humano de se conectar com os outros.

Especialmente durante crises emocionais.

Estudos já revelaram que a conexão social “ajuda as pessoas a regular o afeto, a lidar com o estresse e a se manter resiliente em tempos difíceis”.

E que “a solidão piora a carga do estresse e afeta a saúde mental, cardiovascular e imunológica”.

No entanto, os pesquisadores listam maneiras de amenizar os efeitos negativos do isolamento.

Primeiro, eles defendem a substituição do termo “distanciamento social” por “distanciamento físico”.

Essa mudança “destacaria o fato de que uma conexão social é possível, pelo uso da tecnologia, mesmo quando as pessoas estão fisicamente separadas”.

Segundo, eles citam o valor dos chats online, que servem para o apoio mútuo e bem-estar psicológico.

Tecnologias como FaceTime e Zoom foram consideradas valiosas para gerar empatia e conexão.

Ressalte-se a necessidade de atenção especial aos mais velhos, que podem sentir dificuldade com a tecnologia necessária.

Eles não devem temer as necessárias conexões digitais.

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