Vantagem nada competitiva

Podemos contar a autoconfiança como uma vantagem. Mas que traz seu preço. Estudo revela que pessoas convencidas estão mais propensas a decepção. Mas também aponta uma “cura”.

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Da próxima vez em que se julgar injustiçada, pense nas cartas que tinha na mão.

Esse revés pode ter sido falta de sorte.

Ou talvez você tenha apostado alto demais.

Esta é a “moral da história” de um estudo apresentado pela Case Western Reserve University (Estados Unidos).

O objetivo foi investigar o convenciomento pessoal, traço de personalidade caracterizado pelo exagero em sentimentos de merecimento e superioridade.

Em desequilíbrio, esse convencimento pode levar a desapontamentos crônicos.

E ao que os cientistas chamaram de “circuito perpétuo de aflição” (no original, “perpetual loop of distress”).

Os autores chegaram a esta aflitiva conclusão após revisarem mais de 170 trabalhos acadêmicos.

Aparentemente, os convencidos caem vítimas de um ciclo de três partes.

Primeiro, não conseguem tudo a que julgam-se merecedores, o que os deixa em constante vulnerabilidade de expectativas frustradas.

Estas frustrações são então percebidas como injustiças, levando a emoções voláteis como raiva e tristeza.

Finalmente, para justificar estas emoções, pessoas convencidas reafirmam-se sobre serem especiais.

Isso ajuda a sentirem-se bem, temporariamente.

Mas em última análise só conduzem ao reinício do processo.

“Em níveis extremos, o convencimento é um traço narcisista e tóxico, expondo as pessoas ao risco de frustração, infelicidade e desapontamento com a vida”.

Esta foi a declaração de um dos autores do estudo, Dr. Joshua Grubbs, em entrevista à revista Time.

Os pesquisadores, no entanto, ressaltam o lado positivo de ser convencido.

Elevar os padrões, cobrando tanto dos outros como de si mesmos, e não deixar de ansiar pelo que se quer, também podem levar à felicidade.

O resultado foi publicado no periódico científico Psychological Bulletin.

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